Monday, December 31, 2007

2007 - Personagens Internacionais


O século XX habitoou-nos a alterações constantes e continuadas em diversos dominios, no contexto internacional. O início do século XXI e, este ano em particular, continua com o mesmo hábito. Desde o inicio até ao final de 2007, o mundo viveu vários acontecimentos relevantes, alguns com efeitos durante os próximos anos.

Sunday, December 30, 2007

2007 - Personagens nacionais



Foram vários os acontecimentos e as personalidades portuguesas que marcaram o ano 2007. Queria compartilhar com vossas estas memórias e factos recentes.

Não devemos fugir a um dos principais acontecimentos políticos que incluiram directamente Portugal - a Presidência Portuguesa da União Europeia. Correu bem dizem os analistas, e o lado positivo foi visivel. Apesar de alguma exaltação em execesso do Eng. José Socrates, devemos enaltecer esta Presidência e o trabalho efectuado, principalmente pela equipa do Ministério dos Negócios Estrangeiros Português, liderada pelo Dr. Luís Amado e pelos seus Secretários de Estado.

O Professor Anibal Cavaco Silva, continua a dar sinais evidentes de que tem uma presença politica activa, na sua cooperação estratégica com o Governo, criticando quando tem que criticar e elogiando quando entender que deve elogiar. Faço votos para que o Presidente da República mantenha esta postura durante 2008.

A voz de Marisa continua a encantar Portugal e além-Mar, criando ondas de aplauso com o seu trabalho e com os seus espectáculos.

José Mourinho confirmou porque se auto-designo como "Special One" quando chegou a Inglaterra para treinar, o Chelsea. A grande maioria dos ingleses queria que ele fosse o selecionador nacional. É algo que, sem pudor, nos deve orgulhar, e assim de tudo deve orgulhar José Mourinho.

Também não esqueço o nosso selecionador Luís Filipe Scolari (com alma e coração de português) que continua a merecer a admiração, e confiança de consegue fazer um bom trabalho. Acredito que o jovem Ronaldo, treinado por Scolari, consegue ser um dos pilares mais importantes da nossa selecção.

Uma das revelações nacionais foi Vanessa Fernandes, com 22 anos, com verdadeiro espirito atlético, com vontade de vencer - e ela também fez-nos cantar o hino e abraçar a nossa bandeira!

E os Lobos....essa sim uma verdeira equipa, um exemplo para todas as equipas - de qualquer área e de qualquer dimensão. O raygueby era um desporto práticamente inexistente em Portugal, e com esta equipa "teoricamente" amadora, conseguiram um óptimo resultado no campeonato mundial que se realizou em França, enfrentado com honra grandes equipas, com as selecções da Nova Zelândia e da Escócia.

A economia portuguesa pode ter enfrantado, globalmente um ano dificil, mas os bons exemplos continuam a existir. Este ano que termina, é também marcado pelo crescimento de empresas como a Ydream's, a Critical Software, a Martifer e a EDP, que actuam em mercados internacionais onde a conceerência é forte.

A crise no Milleninum BCP parecia inexplicável e, de facto, nem devia ter existido. Mas existiu e levou a mudanças profundas na sua administração, provocando o abandono do seu criador: o Eng.º Jardim Gonçalves.

As Ofertas Públicas de Aquisição também fizeram correr muita tinta em todos os jornais portugueses. As mediáticas OPA's da Sonae sobre a PT e do Millenium BCP sobre o BPI não conseguiram vingar. Num dos casos, o BCP passou de "predador a presa" do BPI.

Joe Berardo consegui dar enfâse, de forma continuada, a uma questão que andou nas cabeças de muitas pessoas - O que quer Joe Berardo...? Será que vamos ter uma resposta em 2008...?



Thursday, December 27, 2007

E de repente....

A cena política internacional perdeu mais uma personagem válida. Mais uma democrata que tombou aos pés de terroristas. Com acontecimentos destes o Paquistão não consegue construir um Estado democratico. Existem algumas suspeitas sobre a "condescêndencia" dos serviços secretos paquistaneses e da policia paquistanesa neste atentado. Por outro lado, a morte de Benazir Bhutto já era prevísel, no actual contexto politico do Paquistão. Quando volto ao Paquistão, depois de um exilio (passou por Londres e pelo Dubai), a antiga primeira-ministra foi alvo de um atentado em Outubro passado, escapando com vida, mas em que morreram mais de 140 pessoas, que acompanhavam a sua comitiva. Benazir tinha vários inimigos no Paquistão, entre militares, extremistas islamicos, e membros do partido que apoio o actual presidente (o ex-general Pervez Musharraf). Em declarações à BBC, um antigo membro de um dos governos de Benazir Bhutto, dizia que este "é o dia mais negro da história politica do Paquistão", e esta afirmação é sintomática sobre o que poderá acontecer entre a facção que apoiava Benazir Bhutto e as outras facções, principalmente o sector islamico integraccionista e alguns militares que chegaram a participar do derrube do governo do pai de Benazir.
O caminho para a democracia não se faz com extremismos, muito menos com assassinatos cobardes e inqualificáveis como este. Em Outubro, e depois de uma tentativa de assassinato, Benazir Bhutto, numa conferência de impresa, dizia que "o Islão condena quem assassina mulheres, e que quem o fizer irá para o inferno". Talvez seja este o destino do bombista-suicida que matou esta mulher!

Sunday, December 23, 2007

O Natal de outros

Não por ser uma época supostamente solidária, nem uma época supostamente de confratenização, nem uma época supostamente de dádiva emocional e sentimental, mas porque por vezes tenho vontade de mostrar raiva, desacordo, de me irritar, de ir contra alguns Status Quo, de ser construtivamente do contra...! São estas as razões, as palavras e as imagens de esta manifestação de Natal!

Ingrid Bettencourt - raptada em Fevereiro de 2002, por um grupo politicamente fanático e extremistra. A sua familia aguarda à várioas anos a sua libertação. O seu crime foi lutar pela existência de uma democracia na Colombia.

Darfur -... mais uma vez um genocidio,.... mas uma vez em África....mais milhares de mortos e de deslocados e refugiados....mais mulheres violentadas e crianças orfãs.....e mais uma vez uma parte (felizmente, uma pequena parte do mundo) que não se preocupa com esta crise! Terminar com este conflito é urgente, tal como devemos ter a racionalidade de o compreender para o podermos enfrentar!



Crise nos Estados Unidos - estavamos habituados a ver os Estados Unidos da América ser o motor, ou dos principais motores da economia mundial, mas a recente crise financeira que afectou sobretudo o sector imobilário e o créditos destinado a este sector, está a afectar mais de 2 milhões de familias americanas. Existem situações e cenários mais graves em outros países, mas penso ser triste uma familia perder a sua casa numa altura destas....!








Thursday, December 20, 2007

Inteligência, Informação e Economia




Esta minha relefxão surge em virtude de uma reunião da Share, na qual o Prof. António Lobo, proferiu uma pequena dissertação sobre um tema pertinente para a realidade económica e empresarial - a Inteligência Económica.

Estas três palavras, que todos admitimos a sua profundidade e pertinencia, nos contextos académico e empresarial, dão azo a o que podemos chamar de Inteligência Económica. A realidade das economias das empresas e dos países onde elas actuam, tem que lidar com um novo factor - que me atrevo a classificar como factor de produção - o Conhecimento ou por outras palavras, a Inteligência.

Partindo de uma base teórica concensual, que é a importância do Saber para qualquer indíviduo e para qualquer organização, o Conhecimento quando materializado é transformado em produtos ou serviços. Esta permissa tem evoluido ao longo dos tempos, e adaptado-se à evolução tecnológica e de gestão aplicadas nas empresas. Desde as esruturas organizacionais básicas, com apenas dois níveis de gestão (ou administração, um termo mais apropriado para as empresas na 1ª metado do secúlo XX), até às actuais estruturas multilateriais, com pelo menos três níveis de gestão, que caracterizam qualquer grande empresa, a necessidade do Saber sempre esteve e está presente.

Esta "nova" realidade é quase um dado assente para muitas empresas portuguesas, que se traduz num maior cuidado na recolha e selecção da informação que importa para cada negócio. As ferramentas técnologias de comunicação e de gestão da informação, são grandes e preciosos auxiliares em ajudar os gestores e decisores empresariais e económicos sobre as melhores decisões que possam ter nas suas empresas. São várias as tecnologias que ajudam os gestores, desde o Customer Relationship Management (CRM), até aos Portais e Plataformas Internas de Comunicação em Tempo Real. Muitas empresas transnacionais não conseguiriam ter o posicionamento que tem nos seus mercados, se não utilizassem tecnologia que os ajudasse a gerir a informação que recebem e que produzem, como o caso da Microsoft e da Volkwagem.


Não devemos, porém, confundir Inteligência Económica com Bussiness Intelligence. A Inteligência Económica visa gerir a informação que vêm de fora da organização, e obter dela o que mais interessa para a empresa ou organização, e a Bussiness Intelligence actua internamente, na gestão da informação produzida pela empresa, visando também maximizar os seus resultados e optimizar a sua imagem junto dos actores externos às empresas (clientes, forncedores, Estado, etc.)

Thursday, December 13, 2007

Em Bali ocorre uma conferência.......


Ocorre mais uma reunião magna de um dos principais pilares de preocupação das Nações Unidas - a Conferencia sobre Alterações Climáticas. Entre 3 e 14 de Dezembro de 2007, em Bali, na Indonésia, os Estados-membros das Nações Unidas, que assinaram o Protocolo de Quioto, encontra-se a realizar um balanço sobre as suas politicas ambientais e, a procurar concialiar e estabelecer estratégias para a minização (quiçá a sua anulação) dos problemas ambientais que afectam o nosso planeta. Os Estados Unidos mais uma vez, não se mostraram totalmente colaborativos, em particular no que se relaciona com a divulgação, à Nações Unidas, com os resultados dos indicadores ambientais, acordados no Protocolo de Quioto. Os grandes países e com maior capacidade e actuação industrial devem, definitivamente, aceitar as medidas estabelecidas em Quito. Pelo bem de todos nós!

O Tratado a este momento


A esta precisa hora...a este preciso minuto a Chanceler alemã Angela Merkel assina o Tratado de Lisboa. Outras assinaturas a precederam e outras estão a ser colocadas a seguir. A União Europeia está neste momento a marcar um momento histórico, um momento da sua história. Um momento........mas, na sua essencia, um momento protocolar....um momento simbólico.....! A Europa, a velha e a nova Europa, não é apenas simbólica, é mais do que isso, é um verdadeiro ponto de origem de mitos, de crenças, de destinos de outras nações. Que este tratado seja um destino de verdadeira união politica!

Saturday, December 1, 2007

África em Lisboa

Entre os dias 7 e 9 de Dezembro, Lisboa vai ser palco da maior reunião de chefes de Estado e de Governo jamais realizada em Portugal e, penso eu, na Europa. Tema principal - discutir o futuro das relações entre África e a Europa na era pós-colonial.

Polémicas à parte, espero que se consiga, pelo menos chegar a alguns principios de novas relações políticas e económicas entre os dois continentes, e que seja também um contributo para a implementação de uma estratégia para a maioria dos países africanos (quase todos da África a sul do Sahaara), que os afaste, progressivamente, da condição de países receptores de ajuda da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e do Japão.

Queria, no entanto, partilhar a minha opinião sobre alguns assuntos que envolvem este acontecimento.

1º - Esta cimereira deve estar orientada para a definição (oficial) de uma estratégia de desenvolvimento para África. Esta julgo ser a essencia do trabalho que irá ocorrer ao longo deste grande evento diplomático;

2º - Os lideres politicos da União Africana e da União Europeia devem confirmar a sua vontade, em alcançar os oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, com incidencia, do meu ponto de vista na Saúde e na Educação;

3º - Sensibilizar os responsáveis politicos africanos a implementar medidas efectivas para a defesa dos direitos humanos, das liberdades e garantias dos seus povos, e da livre participação democrática.

4º - Os espaços comerciais africanos e a UE, devem fortalecer o seu relacionamento, nomeadamente através de alguma redução da carga fiscal, principalmente para os países de destino das mercadorias;

5º - Os movimentos emigratórios entre África e a Europa devem ser redefinidos, com vista a equilibrio populacional e a uma boa integração dos emigrantes africanos;

6 º - As fronteiras africanas devem ser geridas, redefinidas e/ou mantidas, de acordo com as necessidades e aspirações politicas, culturais e económicas dos povos africanos, respeitando as tradições que façam valer a concordância, a cooperação e a paz entre as nações africanas.

7 º - África e a UE devem também serem parceiros na luta contra o terrorismo, cujas as ramificações estão implementadas em alguns Estados do Norte de África e do Magreeb;

8º - Os Estados africanos devem adoptar, progressivamente e consistentemente, formas de governação que os levem a dimuir (e terminar) a dependência estrutural das ajudas externas oriundas da UE e também de outros espaços económicos, das Nações Unidas e do Grupo Banco Mundial.

Apesar de não ser grande apreciador de momentos pomposos, faço votos para que esta Cimiera aprove a Declaração de Lisboa, e que seja, de facto e de jure, um marco histórico que faça avançar verdadeiramente o Desenvolvimento em África, com repercuções no resto do Mundo.

Novamente.....

Mais uma situação a lamentar num país arabe, desta vez no Sudão.. A professora Gillian Gibbons, de nacionalidade inglesa, aguarda um julgamento por ter permitido que um aluno chama-se Maomé a um ursinho de peluche. A situação ainda não foi resolvida, apesar de alguns diplomatas britânicos estarem a negociar com o governo Sudanês. Esta professora arrisca-se a uma pena de 40 chicotadas em local público. Este nosso mundo ainda tem estórias destas.....!

Saturday, November 17, 2007

A arte da injustiça

Foi supreendido por uma noticia do jornal Público, que retrata um noticia sem qualquer sentido - o agravamento de uma pena de uma rapariga de 19 anos, de um país muçulmano, que foi violada várias por um grupo de 7 homens. Esta é uma história triste, muito triste..nada humana nem digna da condição humana...! Confesso que fiquei enojado e indignado! Não qualquer justificação para o sofrimento desta rapariga!




Depois de ter sido violada, a rapariga foi entregue à justiça, como sendo a provocadora deste acto irracional e desumano, e foi condenada a 90 chicotadas, como se fosse ela a culpada....! E para agravar e aumentar o "ridiculo" da história o mesmo tribunal aumentou a pena para 200 chicotadas...! Será que o juíz (ou juízes) que condenaram esta rapariga tem filhas? Será que são seres humanos? Será que sentem alguma coisa...? Depois do que li, tenho sérias dúvidas...!

Não pode haver justificação legal, moral, ética, nem religiosa para esta história. A não ser que os deuses (ou Deus) estejam todos loucos! Tem que ser feita pressão a todos os níveis para se acabar com este tipo de injustiças. A ONU tem que liderar este combate com muita força e pressão, nomeadamente através da Assembleia-geral e do Conselho de Segurança. Os Governos e Chefes de Estado dos países membros do Conselho de Segurança, tem que colocar nas suas agendas políticas a resuloção deste tipo de problemas e de actos crueis. A União Europeia, também tem capacidade política para exigir junto dos países arabes que tem esta prática, que terminem com este tipo de injustiça, a bem da condição humana e da protecção das mulheres e dos seus direitos mais elementares!



Thursday, November 1, 2007

Dias Europeus do Desenvolvimento


Nos próximos dias 7, 8 e 9 de Novembro, irá ter lugar em Lisboa, as Jornadas Europeias de Desenvolvimento de 2007. O tema central que será discutido nestas jornadas será "Clima e Desenvolvimento - que alterações?". Não estou a assumir o papel de jornalista que vos informa sobre a ocorrencia de determinado evento. Queria apenas referir algumas palavras, nomeadamente sobre a ideia de Desenvolvimento.


A noção de Desenvolvimento é por vezes, deturpada da sua realidade, quando falamos em termos económicos e sociais. É prática comum, a muitos politicos utilizarem esta noção para evidenciarem qualquer "obra feita". Este termo, para a ciência económica, começou a ganhar relevo no anos 50 e 60 do secúlo XX, através da intervenção ciêntifica de economistas como Celso Furtado e Robert Solow, teóricos do desenvolvimento económico. Ao longo das últimas 50 décadas, a ideia de desenvolvimento teve várias transformações, que do meu ponto de vista, foram transformações evolutivas e com a intenção de melhorar a condição humana - embora muitas vezes fosse apenas uma intenção teórica e não prática.


São vários os termos que deviravam da ideia e conceito de Desenvolvimento. Termos como: subdesenvolvimento, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento humano, desenvolvimentismo, países em vias de desenvolvimento, ajustamento estrutural, etc.,. Genéricamente, e em cada década (desde 1950-1960), que o conceito de Desenvolvimento se adaptou às várias conjunturas económicas e políticas que foram surgindo, principalmente nos países do hemisfério sul. As diferenças entre a prática e a teoria entre a aplicação destes conceitos são, pública e genericamente conhecidas, assim como o falhanço de determinadas politicas de ajuda ao desenvolvimento - com culpas do lado dos países doadores e também dos países receptores dessa mesma ajuda.



Voltando ao tema deste texto, espero que o principal assunto em discussão nestas jornadas faça verdadeiro eco nas politicas económicas de todos os países da União Europeia, e que a Comissão continue a ter uma estratégia de protecção e sustentabilidade ambiental, a bem do futuro de todas as gerações da UE e de todo o
planeta.



Como a Comissão não tem, necessáriamente a obrigação total e exclusiva de defender e aplicar uma política ambiental destinada à cooperação para o desenvolvimento, as várias instituições de Cooperação (públicas e privadas) da UE, devem entender as alterações como uma causa a ser inserida na lógica orçamental dos seus projectos e programas de ajuda ao desenvolvimento.
A "famosa" meta dos 0,75% do PNB de cada Estado-membro da OCDE destinada ao orçamento para a Cooperação, deve incluír recursos financeiros para projectos de sustentabilidade e protecção ambiental. Caso contrário, a mensagem que, penso eu, será transmitida nestas jornadas não será tida em conta nos decisores públicos e governamentais dos países da OCDE e da UE, sem esquecer também as outras potencias industriais, vulgo, Estados Unidos, China, India, Russia e Japão.

Saturday, October 27, 2007

Rectificação porreira


O primeiro-ministro português José Socrates e o Presidente da Comissão Europeia ficaram contentes com a aprovação do novo Tratado da UE. Socrates salientou a sua satisfação com um expressivo "Porreiro pá!" junto de Durão Barroso e de outros convivas desta vitória (ainda não concretizada) política.

A verdadeira operação de aceitação deste Tratado é feito em cada Estado-membro da UE. Durante 2008 todos os países da UE, irão prenunciar a sua aprovação ou reprovação deste Tratado acordado em Lisboa em Outubro de 2007. Penso que os chefes de Governo e os membros da Comissão Europeia cantaram demasiado cedo a vitória. Esperemos pelo final de 2008, para confirmar-mos se temos uma Europa unida politicamente.

Familias no Poder


Existem dois casos, em dois países muito diferentes, com familias diferentes, que retratam o "rículo" na politica - o casal Kirshner na Argentina e os irmãos Lech Kaczynski e Jarolaw Kaczynski na Polónia.

É, no minimo, legitimo estranhar as relações que se estabeleçem entre a ocupação de cargos de poder público e politico e as relações familiares. Será saudável...?

Apetece-me colocar algumas questões sobre este assunto...!

1º - Estas duas familias movem-se por necessidade ou por crenças e designios sociais e políticos?

2º - Será que as suas motivações e estratégias politicas tem inspiração monárquica, nomeadamente relacionada com a époda Absolutista vivida na Europa do seculo XVIII?

3º - Os seus filhos e descendentes irão ocupar os seus lugares ou lugares próximos aos seus?

4º - Quais são os seus apoiantes? Será que são familiares também? Ou gostariam de ter uma relação familiar, com as familias em causa?

Não tenho elementos que consigam responder a estas questões, e enquanto eu não for devidamente esclarecido, ficam as dúvidas.

Os irmãos foram politicamente derrotados nas eleições legislativas polacas de 21 de Outubro deste ano, depois de terem ocupado 2 anos no poder, inseridos numa coligação governamental.

Nestor Kirshner está a abandonar a Presidência da Argentina, e a sua mulher Cristina, que foi uma espécie de "primeira-ministra sombra" nos últimos 4 anos, prepara-se para ir a sufrágio e ganhar as eleições. A escritora Olga Wornat, autora da biografia não-autorizada “Rainha Cristina”, destaca que os dois são uma perfeita parceria mobilizada pela sede de poder. “Um poderoso dueto que sabe muito bem o que quer”. E assim vai a vida política na Argentina...!

Saturday, October 13, 2007

Sentimento Sagrado


A data de 13 de Outubro é sagrada para muitos católicos. Festeja-se hoje 90 anos (foi em 1917) sobre a segunda aparição da Mãe de Cristo a um grupo de pastorinhos e de milhares de pessoas, em na localidade de Fátima, a mais de 100 km da capital portuguesa, Lisboa.

Não sou católico, mas não deixo de ficar impressionado com a quantidade de pessoas que se dirigem nesta data (e outra em Maio), ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Podemos observar manifestações emocionadas, que as próprias pessoas, que as manifestam, não sabem exactamente o que as provacam. Há nisso um certo misticismo e inocencia, talvez adequados ao Sagrado, ao Religioso.

Em locais como este Santuário é que podemos crer que o Homem, não se manifesta apenas em carne, mas também em alma, em sentimentos. E afirmo isto, sem ter crenças católicas, mas assumidamente sou Cristão.

Nobel da Paz de 2007 - Al Gore ou a Causa Ambiental?


Inicie-mos pelo facto - o prémio Nobel da Paz foi atribuído este ano ao ex-Vice-Presidente dos EUA, Al Gore. Seguramente, que ele se sente horando e feliz por esta distinção. Este prémio irá dar-lhe mais visibilidade e capital politico, mesmo que o próprio premiado, coloque estas consequências em segundo plano.

Se este prémio tiver efeitos, na opinião publica sobre a realidade ambiental e as prevenções e modificações que tem que ser feitas pelos responsáveis politicos, empresariais e cientificos, então eu sentirei mais esperança no futuro sustentável do nosso planeta. Se Academia Sueca, com este pémio atribuido a Al Gore, quiser premiar as preocupações ambientais, então a Academia Sueca, também está de parabens. Premiar a Paz utilizando o Ambiente - ...antes tarde que nunca!

Sunday, September 30, 2007

Outro exemplo do lado negro do poder


Durante este mês temos assistido a um conjunto de manifestações e conflitos de rua em Myanmar (a antiga Birmania), situado perto do sudueste asiático, fazendo fronteira com países como a China, a Tailândia e a Índia.

Colónia britânica entre 1937 e 1942, tendo sido invadida e ocupada pelos Japão, entre 1942 e 1945, este país vive governado por militares desde 1962. Salvarguradando uma transição efémera ocorrida em 1988, este país vive sobre uma ditadura militar, à 45 anos. Trata-se de mais um Estado que tem vivido subjugado aos ditames de um grupo social (os militares), que, do meu ponto de vista, não devem, enquanto exercem a actividade militar, estar a ocupar lugares políticos e de decisão pública.

Não conheço este país, nem em teoria nem na prática. Tenho acompanhado a comunicação social, lido alguns artigos e consultado alguns sitios da internet, que me possam esclarecer sobre os acontecimentos que afectam, actualmente, Myanmar. As minhas afirmações sobre este assunto, relacionam-se, sobretudo, com os meus valores democráticos e humanitários. Sem qualquer pudor, ou preconceito. Não tenho nada contra os militares, e tenho um grande respeito por esta classe. Mas este respeito deve ser cultivado, e só um regime democrático, pode contribuir para um bom relacionamento entre a sociedade cívil e os militares.

Os militares que ocupam o poder em Myanmar, tem que ouvir as reenvidicações da sociedade cívil, nomeadamente dos monges budistas, que pedem uma alteração de regime neste país. O poder político é legitimado através de regras democráticas, e quando assim não acontece, a situação social e política de qualquer Estado encontra-se fragil e com pouco ou nenhum crédito, perante o seu povo e perante outros Estados.

Saturday, September 29, 2007

Questões e dúvidas

Bem sei porque criei este Blog! Falar um pouco sobre o que vejo, o leio, sobre o mundo de fora e o mundo de dentro. Mas também sobre o meu mundo...!

Falarei neste texto um pouco sobre acontecimentos recentes do meu mundo.

Falo aqui, pela primeira vez da minha actividade partidária e política, algo que, seguramente, não farei com frequencia! O partido do qual sou militante, o Partido Social Democrata (PSD), elegeu um novo líder, através do sistema de voto directo dos seus militantes. Eram duas as candidaturas. Uma liderada por Luís Marques Mendes, conotada com uma linha mais elitista e racional do partido, e a outra candidatura tinha como lider Luís Filipe Menezes, mais conhecido por ser emocional e mais ligado aos militantes de base.



O processo eleitoral foi composto de acontecimentos normais e anormais, com sondagens encomendadas por ambas as listas, a indicarem resultados favoráreis para as duas candidaturas.
Os acontecimentos normais fazem parte de qualquer acto eleitoral, independentemente dos seus protagonistas e do tipo de eleições em causa. Os acontecimentos anormais, infelizmente ocorreram.....! Desde pagamentos misteriosos de cotas, militantes das comunidades portuguesas que não existem, informações on-line mal elaboradas e ilusórias, queixas sobre o tratamento de alguns órgãos de comunicação social,...enfim, foram alguns acontecimentos que não favoreçem a imagem de um partido com o qual ainda me identifico e onde encontro militantes com capacidade de lidar o PSD e, ocupar cargos de destaque a nível nacional.


Bem sei que ainda "vai estalar muito verniz" no próximo congresso nacional, existiram muitos silêncios e declarações de apoio tardias. Há muita coisa por dizer. Haverá, durante o congresso, muitas intervenções exaltadas...talvez com ou sem razão...com ou sem lógica....com ou sem malicia....

Fiz parte do conjunto de militantes que durante as últimas semanas, que antecederam o acto eleitoral, tinham muitas dúvidas e exitações. Continuei nesse estado até ao próprio dia das eleições. Votei, e votei em consciencia, com alguma reflexão prévia, e pesando os prós e os contras de cada candidatura. Aliás, tive, a "precaução" de ouvir cada um dos dois candidatos, quando estes vieram à minha terra, Setúbal.

Perto das 24 horas do dia 28 de Setembro, os apoiantes de Luís Filipe Menezes, começavam a gritar vitória e a comportarem-se efusivicamente. Confesso que não estava à espera desta vitória....!

Surgem-me, logo após saber alguns resultados, nomeadamente os da secção à qual pertenço, algumas dúvidas e questões, que ainda considero legitimas colocar.

1º - Será que o sistema de eleições directas para um partido político resulta?
2º - Será que os miltantes queriam escolher o Dr. Luís Filipe Menezes para líder do PSD?
3º - Será que os militantes sabem qual é o significado político do voto em branco?
4º - Será que os militantes reflectiram bem?


Sobre algumas questões tenha a minha opinião, que admito, é tão válida como de qualquer outra pessoa, seja ela militante ou simpatizante do PSD. Em relação às eleições directas, por principio, concordo com este sistema. Mas os efeitos que produz - e constatamos isso durante as últimas eleições para a liderança do PSD - ser contrários às necessidades e essência de um partido. Julgo que não houve esclarecimento suficiente sobre os projectos, da parte das duas candidaturas. Existiram demasiadas "trocas de galhardetes" entre os dois candidatos à liderança, e entre alguns membros dos seus apoiantes. Outra falha, que pode constactar, foi a falta de discussão, nas assembleias concelhias e distritais, sobre estas eleições.

Respondendo à segunda questão, e pelo que pode observar, uma parte dos militantes do PSD, queria uma mudança de líder, e queriam, de alguma forma, dar esse sinal ao partido e à seu anterior líder, o Dr. Luis Marques Mendes. O sinal, que muitos desses militantes resolveram dar, foi o voto no Dr. Luís Filipe Menezes. Fica a questão no ar...Será que esses foram votos de circunstância ou de convicção?

A terceira questão, está intimamente ligada à segunda: Será que os militantes sabem qual é o significado político do voto em branco? Será que sabem que pode transmitir uma discordiancia com qualquer uma das candidaturas concorrentes? Será que sabem que é um voto válido, perante a Lei e, em termos políticos? Fiquei com a sensação que alguns militantes não percebem qual é significado do voto em branco....!

O Dr. Luís Filipe Menezes, ganhou a liderança do PSD, obtendo os votos necessários, segundo um processo democrático. Mas ficaria mais confiante, e seria mais saúdável para um partido como o PSD, se a sua vitória fosse mais sólida e apoiada por todos, ou quase todos os sectores deste partido. Refiro-me em particular, a personalidades que ocuparam e ocupam cargos de destaque dentro e fora do PSD. Segundo a giria jornalistica...os "Barões" do PSD.

Apesar das crenças, há mais vida para além da política e dos partidos...!

Saturday, September 22, 2007

Vicio em forma de palavra

Este pequeno texto serve de confidência, é um ligeiro desabafo. Recordo de algumas palavras ditas por escritores como Nuno Judice, Mario de Carvalho, Vasco Graça Moura, e outros escritores portugueses e de outras nacionalidades - concluí à mais de 10 anos atrás (tenho 32), que para os escritores escrever é um vicio, e para alguns uma "doênça" incurável. O meu estado fisico e mental, não chegou à extrema dependência das palavras e da escrita, mas assumo a minha tendência para alimentar uma relação de vicio com as palavras.

Já aqui falei do poder das palavras, segundo alguns grupos sociais e profissionais. Assumo neste pequeno texto, o meu vicio com elas.....as palavras!

Friday, September 21, 2007

Paz discreta


Comemora-se hoje o dia internacional da Paz. Não vejo muitas referências na comunicação social sobre este assunto, a não algumas curtas referências e noticias circunstânciais no interior de alguns jornais e no meio do conjunto de noticias nos jornais televisivios e radifónicos. Sinceramente, também não vejo grande motivo para sancionar os jornalistas, pela pouca evidência que deram a esta celebração internacional.

Acredito na Paz, que podemos e devemos atingir uma condição individual e colectiva de tranquilidade, respeito e solidariedade entre os povos. Deixem-me só colocar uma questão: então e o destino do Homem, será só feito de Paz?

Por vezes, nos dias que vivemos, colocamos dictomias entre várias coisas, objectos, sentimentos, ideias. Uma coisa não existe sem o seu contrário, para Noite tem que haver Dia. Sei que é polémico e, admito, dificil acreditar que para existir Paz tem que existir Guerra. Aconteceu no passado, acontece no presente, e muito porvavelmente acontecerá no futuro.

Estes celebrações instituidas pela comunidade internacional devem manter-se, mas mais do que oficializar datas em virtude de propósitos políticos, devem implementar-se acções, conduzir mudanças efectivas e melhorar, de facto, as condições de vida das populações mais carenciadas. Se quisermos que a condição da Paz superer a condição da Guerra, devemos começar por evoluir como Homens e como Mulheres, tornar as nossas vidas consistentes e válidas para nós mesmos. Devemos contibuir, efectivamente, para tornar os conceitos de equidade e de igualdade consistentes, equilibrados e verdadeiros. Estes dois conceitos podem existir, se existirem diferenças sociais, politicas e económicas. Se tiveremos diferencias entre os Homens nas relações internacionais, elas não representaram, em concreto, um elemento de conflito, seja ele étnico, politico, religioso ou económico. E não nos devemos esquecer, que a Humanidade evolui, porque também viveu conflitos, guerras entre os seus povos, desde o seu início.

Wednesday, September 5, 2007

África - convém lembrar! - apontamento critico

O video do post anterior, contêm as vozes de Bono Vox e de Alicia Keys e pedem a África e aos africanos para não desistirem. Concordo de forma consciente. Mas gostaria de "falar sobre esta não desistência" com algum raciocinio.

Naturalmente que nenhum país, nenhum Estado deve desistir de evoluir, de proteger o seu povo, de criar condições para o seu desenvolvimento. Mas a palavra "desistência" (dont give up) pode ter várias leituras no contexto deste video. Entre as décadas de 60 e 90 do século XX, será que os governos e os responsáveis politicos africanos "desistiram"...? Será que houve "desistência" de governar, de cuidar dos seus povos, dos seus Estados...? A minha resposta é afirmativa. E passo a explicar porquê. A desistência dos governantes africanos deve-se à sua falta de responsabilidade e de consciência. Exemplos concretos: Guné-Bissau, Zimbabwe e Sudão.

Monday, August 27, 2007

A mão pesada de Vladimir Putin


Um dos lideres mundiais que, do meu ponto de vista, mais força interventiva interna tem é Vladimir Putin, o Presidente da Federação Russa. São vários os casos, já conhecidos, em que alguma comunicação social russa (e internacional também), aponta o dedo à intervenção de Vladimir Putin, de forma directa ou indirecta.Ex-operacional do KGB, Putin valoriza um Estado russo securitário e forte, nomeadamente em termos internacionais e militares. Putin já demonstrou várias vezes a sua firme determinação, em aniquilar qualquer forma de terrorismo que exista na Russia. Doa a quem doer...!

Lembre-mo-nos, então, de alguns casos. Começando pelo assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, ocorrido a 7 de Outubro de 2006. De acordo com uma declaração da União de Jornalistas da Rússia, desde que o presidente russo, Vladimir Putin, chegou ao poder, no início de 2000, 12 casos de assassinatos de jornalistas ainda não foram devidamente esclarecidos. Politkovskaya, é mais uma na lista dos mais de 300 jornalistas mortos ou desaparecidos na Rússia desde 1991. Politkovskaya critica a politica do governo de Putim contra a guerrilha tchetchêna. Esta jornalista vinha cada vez a pôr em causa a existência de liberdade de expressão na Russia, principalmente em termos de opinião publicada por jornalistas.

Outro caso que revelou, algum mau estar na Russia, e que teve um impacto mais forte na opinião pública estrangeira, foi a morte do ex-expião russo Alexander Litvinenko, falecido, em Londres, por uma dose do veneno radioactivo polónio 210. A história da morte deste antigo espião russo esteve envolvida num enredo misterioso, que em ultima instância, tudo levou a crer que o Kremilin estivesse de alguma forma envolvido neste caso. Litvinenko era um critico do regime de Putin, e responsabilizou o presidente russo do seu envenenamento, numa carta enviada ao próprio Putin.

Recordemo-nos, também, do que aconteceu num teatro em Moscovo, em Outubro de 2002. Um comando tchetcheno invadiu o Teatro Bolshoi em Moscovo, quando decorri um espetáculo a que assistiam cerca de 800 pessoas, algumas de outras nacionalidades, como americana, neo-zelandesas, australianas e inglesas. O grupo tchetcheno era constituido por 25 homens e 25 mulheres, que reenvidicavam a saída das tropas russas da Tchétchenia. Altamente armados, o sequestros provocado por este comando durou vários dias, e a terminou com a morte dos 50 tchetchenos e de 117 cívis. Após várias tentativas de negociação e de planamento da entrada no Teatro pelas forças de segurança russa, Putin deu ordem para que fosse utilizado um gás que provoca alterações nas funções vitais dos orgãos, levando à morte por insuficencia cardiaca. Putin, decretou um dia de luto nacional, pediu perdão às familias das vitimas, mas podia ter actuado de outra forma.

A actuação da guerrilha tchetchena não se esgotou no Teatro Bolshoi e, em 2003 um grupo de 26 guerrilheiros tchetchenos sequestrou mais de mil pessoas (entre centenas de crianças - 70% no total, indicou mais tarde uma fonte do governo russo), numa escola em Beslan, na provincia da Ossétia do Norte, pertencente à Federação Russa. Apenas um guerrilheiro sobreviveu à actuação das forças de segurança russas, a maioria das vitimas foram crianças, sendo que perto de 200 morreram durante os confrontos ou foram executadas pelos guerrilheiros.

Apesar da politica de segurança interna e de resulção dos seus conflitos estar envolvida em decisões polémicas e questionáveis, Vladimir Putin mantêm a confiança e a simpatia de mais de 50% dos eleiores russos. O actual Presidente russo consegiu implementar reformas económicas que, de alguma forma, provoca o aumento do Investimento Directo Estrangeiro com a instalação de empresas como a IBM, a Motorola, a Intel e a Boeing.

Este é o seu segundo mandato, e segundo a constituição da Federação Russa, apenas podem ser cumpridos, pelo mesmo Presidente, dois mandatos. Até agora os analistas politicos russos e a comunicação social russa ainda não consegiu vislumbrar um candidato à altura de Putin.

Monday, August 20, 2007

Dois gigantes com pés de barro no centro do Mundo

Não é dificil estarmos atentos à realidade que nos rodeia noutros países. Temos acesso a várias fontes de informação, e a vários meios para analisar-mos a validade dessa informação. E quando a informação é um facto, então a análise é mais facilitada.


Ver hoje a China e a India como potencias económicas e politicas no concerto das nações, é um facto inegável. Ao falar sobre este dois países, temos que ter em atenção, algumas realidades que são inegáveis - a sua evolução tecnológica, o aumento da sua capacidade produtiva e os seus indicadores macro-económicos.


Segundo dados da revista "Economist", a China atingiu 10,7% de crescimento económico interno (PNB) em 2006, prevendo-se um crescimento do PNB, em média, de 8,62% até 2011. A actividade economica chinesa está assente, com mais de 50%, na Indústria, nomeadamente na industria transformadora e extractiva. O governo chinês tem efectuado, desde 1984, uma reforma económica que se aproxima fortemente do sistema capitalista, embora a presença do Estado na economia seja muito forte.





A emergência da China já não é somente uma previsão económica ou geopólitica, é um dado adquirido e cada vez mais sentido, nomeadamente em termos comerciais. Também vale a pena referir o cada vez maior intervênção da China no sistema de Cooperação Internacional, com o financiamento através de contractos-programa em Angola, Moçambique, São Tomé e Principe e Cabo-Verde, só para sitar estes países.


A China encontra-se no coração politico e geográfico da Ásia, faz fronteira com 14 Estados, é membro permanente do Concelho de Segurança da ONU, tem 9,6 milhões de km2 que se estendem sobre os mais de 4000 km desde as suas fronteiras orientais até às suas fronteiras ocidentais. Outro poderoso elemento estratégico, é a sua diversidade de recursos minerais (carvão, gás natural, petróleo). A China é o unico país do mundo que têm 4 mil anos de história ininterrupta, com uma civilização milenar.


Não me restam dúvidas sobre as potencialidades económicas da China Mas parafraseando um ditado popular espanhol "Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem!", este gigante económico sofre de carências estruturais, mesmo no campo económico. A economia chinesa não tem um sistema bancário e bolsista semelhante aos que existem nos países-membros da União Europeia ou nos Estados Unidos da América. Tem um sistema desorganizado, sustentado por decisões estatatais; a título de exemplo, muitas familias chinesas ainda não se habituram a depositar dinheiro nos bancos e a investir em titulos e instrumentos financeiros.


Não devemos esquecer que a China vive sobre um regime de partido único à largas dezenas de anos - o Partido Comunista Chinês. Por muitas máscaras e cenários de desenvolvimento económico que se criem, um país que vive com liberdade de expressão política e cultural limitada, não consegue progredir socialmente, não consegue criar gerações que tenham espaço para evoluir ideológicamente e culturalmente.

A índia apresenta sinais e um historial de desenvolvimento, nos últimos 20 anos, semelhantes à China. Consegui apresentar resultados macro-económicos bastante favoráveis, com um crescimento do PNB, entre Março de 2006 e Março deste ano, de 8,4%, segundo dados da Organização Central de Estatíticas da India.

Podemos caracterizar a economia indiana, como uma economia dualista com sectores primários a enfrentar dificuladades de produção e de escoamento dos seus produtos, mas com um desenvolvimento cada vez mais acentuado em sectores tecnológicos, como por exemplo a indústria de Software. Esta industria tem contribuido para a criação de emprego, constituido por técnicos de elevadas qualificações, e tem sido também um polo de atracção de investimento estrangeiro. A Microsoft é um desses casos.

Estou certo que a Índia apresenta indicadores económicos que alimentam, de facto, a imagem de uma potencia regional cada vez mais forte e politicamente interventiva. Mas a Economia (seja como teoria seja como prática) não vive isolada das restantes dimensões de qualquer sociedade. o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2005 coloca a Índia como um país de desenvolvimento médio, atrás de países como Cabo Verde, Egipto ou Colombia. Com situações de pobreza, alto nível de desemprego e baixos níveis de IDH, o governo indiano precisa definitivamente implantar mecanismos para redução da burocracia fiscal e das barreiras de entradas para o investimento directo estrangeiro. A Índia ainda apresenta debilidades caracteristicas de um país em vias de desenvolvimento, nomeadamente ao nível do saneamento básico nas zonas urbanas e rurais, na excessiva concentração populacional em volta dos grandes centros urbanos, na desiguladade do género e alguma marginalização poltica e social das mulheres, etc.

Tanto a China como a Índia, são dois países que devemos continuar a observar durante as próximas décadas. O seu potencial de crescimento económico está provado, mas falta a sua sustentação e consequente alcançe de um patamar sólido de desenvolvimento humano, nas suas vertentes económica e social. Os governos dos dois países são actores importantes neste processo de crescimento, mas não cabe únicamente aos políticos e governantes desses países assumirem essa resposabilidade. Para atingir níveis de desenvolvimento sustentável, todos os actores são necessários, universitários, empresários, intelectuais, médicos, juristas, operários, etc. Não devemos esquecer que a maturidade democrática (semelhante a alguns Estados europeus) é, do meu ponto de vista, um elemento essencial para que este dois países deixem de ter pés de barro.

Wednesday, August 15, 2007

Tempo estranho

O tempo está estranho!? Surge esta frase em pensamento, enquanto acordava e observava o exterior, rodeado de carros, estradas, serra e um castelo-fortaleza mediaval. Estamos em Agosto, e é normal esta variação climatérica entre dos dias com sol e os dias com chuva. Não se tratar de nenhuma catastrofe para a humanidade, nem algo que não aconteça desde à muitos anos.
Mudo de paragrafo, porque quero (e sinto que devo) dar sentido à frase "o tempo está estranho". O que me leva então a estranhar o tempo? Permitam-me que resuma esta estranheza em duas palavras - revoluções silenciosas. Mudanças e transformações que não sentimos no imediato, alterações culturais, definhamento de ideiais e ideologias, momentos históriocos que não vi nem sobre eles tomei conhecimento na altura em que ocorreram. O Mundo muda, eu sei que muda, mas será que não tenho o direito de estranhar...?

Saturday, August 11, 2007

Um cantinho especial



O Portinho da Arrábida é um dos locais mais apreciados na minha terra, um local de descanço e de contemplação da Serra e do Mar. Existem locais de sonho, este é um deles!
Apreciem estas imagens, e se não conhecerem convido-vos a visitar uma das pérolas de Setúbal.



Comentário à sondagem: "Concorda que Portugal seja uma provincia de Espanha?"

Muito longe de uma clarificação sobre a tendência de aceitarmos ou não o dominio de Espanha sobre Portugal, e sem expressão, agradeço aos 6 votantes. No entanto, podemos extrapolar uma ligeira evidência sobre este assunto: uma pessoa é favor da integração de Portugal em Espanha, outra pessoa, concorda com a integração mas Portugal deveria manter autonomia politica e administrativa, e a maioria dos vontantes não concorda de maneira nenhuma com a transformação de Portugal numa provincia espanhola.
Este pequeno "teste" mostra, penso eu, que de facto, não estamos longe da realidade de possíveis conclusões feitas à escala nacional. Provavelmente teriamos uma parte dos portugueses que, talvês vendo mais oportunidades ecoómicas em Espanha, aceitaria tornar-se uma provincia espanhola, usufruindo dos mesmos sistemas fiscal, da segurança social, judicial, administrativo. e de outras possobilidades que a economica e a sociedade espanhola tem mais capacidade de oferecer do que a Portuguesa. Os 4 votos que se manisfestaram contra esta opção integracionista, mostram, de certa forma, que provavelmente a maioria dos portugueses não aceitaria esta integração.
A História do nosso país e a nossa herança cultural, pesam bastante quando imaginamos (ou nos fazem imaginar) que a Peninsula Ibérica poderá ser um só país. Apesar das origens étnicas e culturais comuns, ocorreram demasiados conflitos, entre os secúlos XII e XVIII, que marcaram as relações entre os dois países, com algumas tentativas da parte do Reino de Castela para ocupar o Reino de Portugal.
Já agora deixo-vos uma pequena provocação: desde a 2ª metade do século XX que a tendência para a integração politica e económica tem evoluído a passos largos, nomeadamente na Europa. Será assim tão assustador Portugal se transformar numa provincia de Espanha? E já agora, porque não o inverso...? Era interessante....!

Thursday, July 19, 2007

Saramago - um profecta (por enquanto português) em Espanha

É recente a afirmação de José Saramago sobre a possibilidade de Portugal ser uma provincia de Espanha, tal como é a Catalunha, ou a Galiza. É compreensivel esta afirmação, afinal Saramago vive rodeado de espanhois e de Espanha, ouve todos os dias a lingua castelhana, provalvelmente lê os jornais espanhois, ouve rádio espanhola e vê a TVE. As opções individuais de cada um de nós, são perfeitamente respeitaveis. Mas são apenas individuais, e não devem ser submitidas (a uma expressão que Saramago possivelmente utilizou muito no passado) ao Colectivo - entende-se como o Povo ou População.
Não retiro alguma lógica às palavras de Saramago, afinal temos Espanha logo aqui ao pé, é o pais com o qual temos maiores relações comerciais e financeiras, temos um percurso histórico semelhante, e uma linhagem religiosa, linguistica e cultural comun. Mas temos mais de 800 anos de vidas à parte, de caminhos separados, ao nível governativo, a nível político, económico e cultural. Ambos os paises, Portugal e Espanha, são Estados de Direitos, regidos por uma constituição repúblicana, no caso português, e outra parlamentar submetida à representividade monárquica, no caso espanhol.

Não é a primeira vez que uma figura pública portuguesa, provoca a opinião pública com a possibilidade de virmos a ser, politicamente, integrados em Espanha. António José Saraiva, à cerca à poucos anos atrás, quando era Directo do jornal Expresso, também vislumbrou essa possibilidade, e apresentou argumentos parecidos aos que Saramango apresentou agora, nomeadamente o crescimento da força do poder económico espanhol em Portugal.

João Céu e Silva, jornalista do Diário de Noticias, colocou a seguinte questão a José Saramago: "Seria, então, mais uma província de Espanha?" e Saramago respondeu - "Seria isso. Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla la Mancha e tínhamos Portugal. Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria".

Depois desta intervenção de Saramago, será caso para questionar...Será que Olivênça algum dia vai ser nossa..?

Monday, July 16, 2007

O conforto de acreditar na esquerda

Este artigo foi escrito por mim há cerca de 6 anos, mas talvês devido á vitória do Partido Socialista em Lisboa, este artigo possa ser novamente lido.

A base para este artigo parte de uma ideia, que julgo, ter cada vez mais consolidada. Um dos últimos e mais expressivos impulsos, para que a minha crença em acreditar que é confortável assumir posições de esquerda, e dar apoio a espaços ideológicos e partidários de esquerda, ou até extrema esquerda, foi o acto eleitoral de 16 de Dezembro de 2001, em que o Partido Comunista Português, em coligação com outra estrutura partidária de esquerda, o Partido Os Verdes, obteve o número de votos necessários para assumir a liderança do executivo municipal em Setúbal.

Partindo deste cenário político concelhio, passo então a explicar as razões pelas quais eu acredito que é confortável (eventualmente para muitas pessoas no nosso concelho) acreditar nos partidos de esquerda. Convêm antes demais avisar as pessoas, que tiveram a apetência para lerem até este ponto esta minha humilde e sincera opinião, sobre alguns dois esclarecimentos prévios. Em primeiro lugar informo os leitores que este artigo não é uma manifestação de apoio aos partidos de esquerda nem às suas posições políticas e ideológicas. Em segundo lugar, as próximas ideias baseiam-se mais no meu conhecimento comum, na minhas experiência e atitudes pessoais, do que numa concepção cientifica previamente estruturada. São duas as ideias nas quais eu irei fundamentar as minhas razões. A primeira refere-se à enorme capacidade de dádiva que os partidos de esquerda tem e que geram comportamentos colectivos de distanciamento perante os problemas e
os factores, em lato senso, sociais. A segunda ideia aborda um instrumento útil para qualquer político, que é a capacidade de persuasão.

Explicando melhor a questão da dádiva, segundo o antropólogo francês Marcel Mousse(1), a dádiva cria dividas, apesar de socialmente ter uma forma gratuita. Qualquer dádiva é revestida de interesses que assumem várias formas: aumento da nossa auto-estima, obtenção de reconhecimento, criação e desenvolvimento de laços sociais, conquista de mais-valias económicas a médio e longo prazo, ganho de votos pelas populações com vista a alcance de lugares de decisão política e pública. Mousse observou processos de dádiva em sociedades arcaicas como na Polinésia, e pôde constatar que a dádiva é um dos mecanismos de legitimação do poder.

São as dádivas, as ofertas sociais e económicas que a Esquerda faz, nomeadamente em Portugal, que provocam uma forma de estar social passiva (ou pacifica, como alguns actualmente agora gostam de incluir no seu cardápio moral e ideológico). As pessoas gostam de atingir uma certo grau de bem-estar, de prosperidade e de qualidade de vida, a que justamente tem direito. A Esquerda, promove estes objectivos, e fá-lo através da distribuição de poder, da distribuição de responsabilidades, da inclusão das populações nesse poder de decidir e de participar; no entanto a maneira excessivamente democrática como o faz, provoca a descaracterização do poder, o que leva em situações mais criticas à desgovernação. E uma consequência que eu julgo ser negativa, é a falsa participação das populações em processos de decisão públicos, nos quais elas julgam ter um poder efectivo. As lideranças de esquerda mostram normalmente duas faces: ou totalitária/centralizadas (os casos de Cuba, da Coreia do Norte e da ex-URSS) ou fracas/difusas (os casos do PCP de Carlos Carvalhas e do PS de António Guterres). Um caso extremo de dádiva ocorrida em Portugal no pós-25 de Abril, e que os mais velhos certamente se recordaram, foi com o período de governo de Vasco Gonçalves, que, apoiado pelos partidos de esquerda e de extrema-esquerda, iam provocando a ruína da nossa economia e da nossa sociedade, nomeadamente tendo uma política redistributiva muito forte e pesada para os recursos existentes.

A segunda ideia que referi anteriormente, a capacidade de persuasão, provoca os mesmos efeitos que a questão da dádiva. O discurso político dos partidos de esquerda, é, na sua origem, um discurso tipicamente poético, embebido de sofrimento e de sonho, inventado cenários ora paradisíacos ora infernais. Recentemente, num debate sobre "Juventude e Globalização" ocorrido em Setúbal, um político do PCP falava de uma sociedade de explorados e de exploradores...a "eterna" luta de classes segundo Marx. Provavelmente esse senhor não se lembrou da forte classe média que existe no nosso país. Portugal é um país de românticos, em que os discursos dos partidos e dos políticos de esquerda ainda encantam muitas vezes. Quem não se lembra da famosa "paixão" pela educação do Eng.º António Guterres? Este slogan encantou durante algum tempo professores, pais e alunos. Também podemos falar em demonstrações algo inovadoras do Bloco de Esquerda, que com dotes de magia teatral, consegue cativar alguns jovens das grandes áreas urbanas. Os portugueses sentem-se confortáveis ao ouvirem um discurso que os acalme, que os tranquilize, que os faça pensar que está tudo bem, e que não é necessários estarem preocupados. Um dos melhores exemplos de discurso tranquilizante foi nos dado pelo governo socialista liderado pelo conciliador Engº António Guterres.

Apesar da forma irónica com que exprimi as minhas opiniões sobre o que, de forma sintética, penso sobre a Esquerda no nosso país, tentei agir de maneira sincera. Estamos a poucos dias de ter celebrado mais um 25 de Abril (que a Esquerda faz sempre questão em dominar as mudanças e as liberdades que foram alcançados com esta revolução), mas também estamos a poucos dias da aprovação de algumas leis que seguramente vão alterar, para melhor ou para pior, os nossos quotidianos, espero que estejamos a poucos dias...de mostrar que a inércia, o falso silencio, os extremismo ideológicos, as posições partidárias em detrimento das posições cívicas e realistas; tenham cada vez menos peso e influência na sociedade portuguesa. Nós somos um povo que já se mostrou capaz, ao longo dos séculos, de transformar as palavras em actos e os actos em palavras, ou seja dizer uma coisa e fazer essa coisa, e assumir o que fizemos dizendo que o fizemos. Desculpem-me estas meias-frases, que vos indicam que nós somos um povo empreendedor!




Notas:
(1) Mousse, Marcel - "O Ensaio sobre a dádiva" Lisboa, Edições 70, 1988

Thursday, July 12, 2007

Viajante em espaços clássicos

Acredito na fundamentação das coisas, da História, da evolução do Homem. Penso que todos nós deviamos conhecer os nossos fundamentos, estejam eles em condição de vestigio, estejam eles inteiros. Tendo em conta os desejos que exprimi (em imagem) das cidades que gostaria de visitar e conhecer, a minha opinião, em parte já foi dada. Sou clássico no conhecimento, no que quero conhecer, naquilo que é mais importante conhecer.
Temos cidades que foram, e são, marcantes para a História da Humanidade. Cidades que marcaram os tempos passado, presente e futuro. É certo que temos museus em França, Inglaterra e Estados Unidos, que nos mostram um pouco de civilições clássicas, como a civilização grega, mas a Grécia ainda existe, com os traços culturais que permanecem desde a época clássica. O mesmo se aplica na China e no Japão, que são países que mantem carateristicas culturais e arquitéctónicas ancestrais.
Mas o mundo moderno também faz parte da fundamentação humana, como a cidade de Nova Iorque. Esta cidade, que também gostava muito de conhecer, e pelas imagens e informação que sobre ela existe, deve ser um autêntico caldo de cultura, de diferenças raciais e étnicas.
Talvez um dia eu seja bafejado pela sorte, e consiga visitar todas estas cidades.