Thursday, December 27, 2007

E de repente....

A cena política internacional perdeu mais uma personagem válida. Mais uma democrata que tombou aos pés de terroristas. Com acontecimentos destes o Paquistão não consegue construir um Estado democratico. Existem algumas suspeitas sobre a "condescêndencia" dos serviços secretos paquistaneses e da policia paquistanesa neste atentado. Por outro lado, a morte de Benazir Bhutto já era prevísel, no actual contexto politico do Paquistão. Quando volto ao Paquistão, depois de um exilio (passou por Londres e pelo Dubai), a antiga primeira-ministra foi alvo de um atentado em Outubro passado, escapando com vida, mas em que morreram mais de 140 pessoas, que acompanhavam a sua comitiva. Benazir tinha vários inimigos no Paquistão, entre militares, extremistas islamicos, e membros do partido que apoio o actual presidente (o ex-general Pervez Musharraf). Em declarações à BBC, um antigo membro de um dos governos de Benazir Bhutto, dizia que este "é o dia mais negro da história politica do Paquistão", e esta afirmação é sintomática sobre o que poderá acontecer entre a facção que apoiava Benazir Bhutto e as outras facções, principalmente o sector islamico integraccionista e alguns militares que chegaram a participar do derrube do governo do pai de Benazir.
O caminho para a democracia não se faz com extremismos, muito menos com assassinatos cobardes e inqualificáveis como este. Em Outubro, e depois de uma tentativa de assassinato, Benazir Bhutto, numa conferência de impresa, dizia que "o Islão condena quem assassina mulheres, e que quem o fizer irá para o inferno". Talvez seja este o destino do bombista-suicida que matou esta mulher!

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