Monday, August 27, 2007

A mão pesada de Vladimir Putin


Um dos lideres mundiais que, do meu ponto de vista, mais força interventiva interna tem é Vladimir Putin, o Presidente da Federação Russa. São vários os casos, já conhecidos, em que alguma comunicação social russa (e internacional também), aponta o dedo à intervenção de Vladimir Putin, de forma directa ou indirecta.Ex-operacional do KGB, Putin valoriza um Estado russo securitário e forte, nomeadamente em termos internacionais e militares. Putin já demonstrou várias vezes a sua firme determinação, em aniquilar qualquer forma de terrorismo que exista na Russia. Doa a quem doer...!

Lembre-mo-nos, então, de alguns casos. Começando pelo assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, ocorrido a 7 de Outubro de 2006. De acordo com uma declaração da União de Jornalistas da Rússia, desde que o presidente russo, Vladimir Putin, chegou ao poder, no início de 2000, 12 casos de assassinatos de jornalistas ainda não foram devidamente esclarecidos. Politkovskaya, é mais uma na lista dos mais de 300 jornalistas mortos ou desaparecidos na Rússia desde 1991. Politkovskaya critica a politica do governo de Putim contra a guerrilha tchetchêna. Esta jornalista vinha cada vez a pôr em causa a existência de liberdade de expressão na Russia, principalmente em termos de opinião publicada por jornalistas.

Outro caso que revelou, algum mau estar na Russia, e que teve um impacto mais forte na opinião pública estrangeira, foi a morte do ex-expião russo Alexander Litvinenko, falecido, em Londres, por uma dose do veneno radioactivo polónio 210. A história da morte deste antigo espião russo esteve envolvida num enredo misterioso, que em ultima instância, tudo levou a crer que o Kremilin estivesse de alguma forma envolvido neste caso. Litvinenko era um critico do regime de Putin, e responsabilizou o presidente russo do seu envenenamento, numa carta enviada ao próprio Putin.

Recordemo-nos, também, do que aconteceu num teatro em Moscovo, em Outubro de 2002. Um comando tchetcheno invadiu o Teatro Bolshoi em Moscovo, quando decorri um espetáculo a que assistiam cerca de 800 pessoas, algumas de outras nacionalidades, como americana, neo-zelandesas, australianas e inglesas. O grupo tchetcheno era constituido por 25 homens e 25 mulheres, que reenvidicavam a saída das tropas russas da Tchétchenia. Altamente armados, o sequestros provocado por este comando durou vários dias, e a terminou com a morte dos 50 tchetchenos e de 117 cívis. Após várias tentativas de negociação e de planamento da entrada no Teatro pelas forças de segurança russa, Putin deu ordem para que fosse utilizado um gás que provoca alterações nas funções vitais dos orgãos, levando à morte por insuficencia cardiaca. Putin, decretou um dia de luto nacional, pediu perdão às familias das vitimas, mas podia ter actuado de outra forma.

A actuação da guerrilha tchetchena não se esgotou no Teatro Bolshoi e, em 2003 um grupo de 26 guerrilheiros tchetchenos sequestrou mais de mil pessoas (entre centenas de crianças - 70% no total, indicou mais tarde uma fonte do governo russo), numa escola em Beslan, na provincia da Ossétia do Norte, pertencente à Federação Russa. Apenas um guerrilheiro sobreviveu à actuação das forças de segurança russas, a maioria das vitimas foram crianças, sendo que perto de 200 morreram durante os confrontos ou foram executadas pelos guerrilheiros.

Apesar da politica de segurança interna e de resulção dos seus conflitos estar envolvida em decisões polémicas e questionáveis, Vladimir Putin mantêm a confiança e a simpatia de mais de 50% dos eleiores russos. O actual Presidente russo consegiu implementar reformas económicas que, de alguma forma, provoca o aumento do Investimento Directo Estrangeiro com a instalação de empresas como a IBM, a Motorola, a Intel e a Boeing.

Este é o seu segundo mandato, e segundo a constituição da Federação Russa, apenas podem ser cumpridos, pelo mesmo Presidente, dois mandatos. Até agora os analistas politicos russos e a comunicação social russa ainda não consegiu vislumbrar um candidato à altura de Putin.

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