Sunday, December 28, 2008
Personagens e acontecimentos nacionais de 2008
Portugal viveu momentos baixos mas também momentos de felicidade e de satisfação. Não ficamos imunes à crise que explodiu no sistema bancário e financeiro dos EUA, cam ramificações no funcionamento da própria Economia de Mercado, que existe em muitos países, entre os quais o nosso.
De qualquer forma, não podemos incutir, directamente, na falência dos bancos BPN e BPP, as causas que tiveram origem na crise financeira nos EUA. São casos de investigação criminal e judicial, que, espero-mos nós, a seu breve tempo sejam resolvidas.
Os tempos de cooperação estratégica entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro estão um pouco fragilizados. Entre outras questões em aberto, está o Código de Trabalho; o estatuto politico-administrativo dos Açores; e o Orçamento de Estado para 2009. Em ano de eleições esta vai ser uma relação gerida com pinças e muita delicadeza, talvez mais da parte do Primeiro-Ministro do que da parte do Presidente da República.
Apesar das tensões das últimas semanas, José Socrates ainda conseguiu marcar alguns pontos em 2009. Admita-se que ao nível da Diplomacia Económica, houve trabalho feito, que se espera vir a dar frutos a médio prazo. Uma personagem de destaque nestas aventuras da Diplomacia Económica Portuguesa, foi o computador portatil Magalhães, que tem aconpanhado o Primieiro-Ministro, e alguns ministros, em várias viagens ao estrangeiro.
Nem só de futebol vive o nosso desporto, e Nelson Évora mostrou uma qualidade de verdadeiro atleta e campeão nos Jogos Olimpicos de Pequim. É sempre bonito, e faz bem á nossa alma lusitana, mver um atleta português a ficar em primeiro lugar numa competição olimpica. Espero que o Nelson Évora consiga mais medalhas de ouro para o nosso país, e que continue a revelar um atleta de excelência.
As mudanças sociais e culturais não acontecem de um dia para o outro. É necessário sermos persistentes, traçar objectivo e um rumo consensual, tanto quanto possível. As grandes greves e manifestações que tem vindo a acontecer nos últimos 20 anos, tem sido mais de sectores públicos, nomeadamente ao nível da Administração Pública Central. Muitas áreas profissionais (mais ocupadas por funcionários públicos) tem vindo a ser "ameaçadas" por mudanças ao nível do seu estatuto profissional e da relação contractual com o Estado. Este ano, o ensino foi quem mais se evidênciou nas greves e manifestações contra o Governo.
Este foi também, o ano em que se registou um aumento do nível de crimanilidade violenta. Criminalidade esta, á qual o nosso país não estava habituado, que utiliza métodos mais violentos, quase sempre com o recurso a armas de fogo.
Há empresas portuguesas que continuam a marcar pontos na Economia Global. Uma delas é a Critical Software, que tem a sua sede em Coimbra. Os Bill Gates deste mundo não nascem só no Estados Unidos, também existem em Portugal.
Na investigação ciêntifica Portugal também mereceu um reconhecimento internacional, através de um prémio atribuido pelo European Research Council (ERC). A investigadora premiada, foi Elvira Fortunato, que se encontra à frente do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat/I3N), Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), da Universidade Nova de Lisboa (UNL). A sua equipa conseguiu desenvolver um produto inovador - um transístor que integra uma camada de papel na sua estrutura - que já é utilizado por muitas empresas industriais, nomeadamente no sector automóvel.
100 anos de idade e talvez quase tantos dedicados ao cinema.....! Com esta frase não será dificil indentificar que estamos a falar de Manoel de Oliveira, o realizador (em actividade) mais velho do mundo, e um dos nossos simbolos culturais. Este Senhor do cimena fez 100 anos, e ainda tem vontade de trabalhar! Bem haja Manoel de Oliveira!
Personagens e acontecimentos internacionais de 2008
5 de Novembro de 2008....os norte-americanos não vão esquecer este dia tão depressa! É data que marca a eleição de Barack Obama, o primeiro afro-americano a ser eleito nos Estados Unidos da América. Ele mostra determinação, vontade politica e a maioria das suas ideias são viáveis. O próximo ano não vai ser fácil para a economia norte-americana, mas Barack Obama já disse que não irá fugir a esta situação, e propõem a criação de um milhão de empregos durante o seu mandato.
O Presidente Lula da Silva, tem vindo a ganhar maior destaque na América Latina. Muitas das suas medidas programáticas tem resultado, como seu programa de luta contra fome no Brasil. Também têm sabido manter boas relações com os seus pares da América do Sul, da CPLP e do MERCOSUL. Para mim, é uma das personalidades internacionais que merece destaque em 2008.
O grande acontecimento do ano, mas pela negativa, foi, de facto, a crise financeira, que teve o seu epicentro nos EUA, com a falencia de algumas das grandes entidades bancárias e financeiras americanas, como a Lehman Brothers. Esperam-se as suas consequências, ao nível da economia real (ou seja, das empresas, das familias, do consumo...) durante o ano de 2009. A maioria dos economistas prevê que só durante 2010 surjam sinais de recuperação da economia mundial.
2008 - O ano do ano que ai vêm
2008 ficará de má memoria em muitos acontecimentos que atingiram o mundo. Mas um dos seus acontecimentos mais mediáticos - a crise financiera, gerada pelo Sub-prime - vai influênciar fortemente a económia mundial durante todo o ano de 2009. Não será demais afirmar que o ano de 2008 tem a paternidade (ou maternidade) do ano de 2009.....!
Wednesday, December 24, 2008
Feliz Natal
Sunday, December 21, 2008
De G8 para GR5
Esta crise internacional está a ter alguns reflexos na distribuição de poderes do mundo, ainda que não directamente visíveis. A divisão de forças económicas está a sofrer alterações relativamente lentas, com mudança de um mundo unipolar (com a concentração de algumas grandes decisões nas mãos das sucessivas Administrações Americanas), para um mundo tendencialmente, e cada vez mais, Multipolar, com a balança de poderes dividida, de forma trípartida, entre o Continente Americano, a Euro-Ásia e o Pacifico. Obviamente, que nestes espaços continentais, existem algumas nações que se destacam no chamado Concerto das Nações, nomeadamente a Alemanha, a França a Inglaterra, o Japão, a China, a India, o Brasil, o México, a Argentina, e naturalmente os Estados Unidos da América.
A imagem que ilustra este texto, é de 1983 numa década em países como os Estados Unidos, a Alemanha, a França, a Inglaterra e o Japão, dominavam a economia e as finanças mundiais. Nela estão a primeira-ministra Margaret Tatcher, o presidente Ronald Reagan, o Chanceler Helmut Kool, o presidente Miterran, e o primeiro-ministro do Japão, da altura. Estavam reunidos para mais uma reunião do G7, em Williamsburg, no Estado da Virginia, nos EUA. Durante as décadas de 70, 80 e 90 o grupo dos países mais ricos do mundo era denominado por G7, sendo que nos últimos anos, e com alguma recuperação económica e estratégica da Russia, a designação mudou para G8.
Em tempos de crise, é comum a demonstração de actos solidários, e de politicas que tentem superar as dificuladades económicas que, em regra, afectam sempre os indivíduos e as familias com menor capacidade económica. Uma solidariedade grupal é mais eficaz e forte do que uma solidariedade índividual. Pelas inciativas que os grandes Estados, o grupo do Banco Mundial, e a União Europeia estão a tomar, penso que irão surtir efeitos dentro de dois ou três anos. Até lá os principais indicadores económicos na generalidade dos países, irá atingir valores deficitários.
Uma das coisas que, do meu ponto de vista, penso que falharam na regulação económica mundial, foi a crença de as economias a partir de uma certa altura podem-se regular a elas próprias. Esclareço, que não sou partidário da supremacia do Estado sobre a actividade económica, e do seu total controlo da parte dos governos. Mas a génese (perdõe-me se estiver errado) foi um adormecimento e escesso de confiança da parte dos decisores politicos, no sistema financeiro e na crença de que quanto mais liberal fosse mais forte se tornava. O liberalismo económico foi destorçido num dos países que o devia porteger de forma saudável, os EUA. Tornou-se num sistema libertino, onde vigorava a libertinagem financeira. Exemplos disso mesmo: as falencias irresponsáveis da Morgan Stanley, os enormes empréstimos hipotecários nos EUA, etc.,.
A sigla GR5, que não existe nos termos a que me vou referir, poderá ser aplicada ao conjunto dos principais blocos económicos que dominam as actuais relações económicas internacionais, e que se destacam, também por ser espaços de livre circulação interna de pessoas, produtos e de serviços, entre os vários Estados-membros que os compõem. Existem cinco grandes blocos económicos: a União Europeia (UE), o NAFTA (Northen American Free Trade Agreement)), o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), a ASEAN (Association of Southeast Asian Nations) e a SADC (Southern African Development Community).
A grande maioria das pessoas sabe, ou pelo menos já ouviu falar, o que é a UE. A sua actual dimensão ultrapassa o campo económico, sendo actualmente um espaço de partilha de decisão politica e social também. Sendo o bloco económico, na sua génese, mais antigo do mundo, é também o mais desenvolvido a nível institucional, estando perto de ser uma União Politica Federal, como pretendiam os fundadores da Comunidade Ecómica Europeia (CEE) em 1951 no Tratado de Paris. Actualmente, a UE é constítuida por 27 Estados-membros, sendo um três maiores blocos comerciais. O facto de ter orgãos politicos e jurídicos supra-nacionias (como o Parlamento, a Comisssão ou o Tribunal de Justiça das Comunidades), é outra das caracteristicas que destacam face aos outros blocos económicos.
Da NAFTA fazem parte os Estados Unidos da América, o Canada e o México. O seu estádio institucional, assenta na liberalização das relações comerciais entre estes três países. Numa continuidade de fortalecimento das trocas comerciais entre os EUA e o Canadá, o México tornou-se um dos primeiros signatários deste acordo em 1994, que entre outros objectivos, visa: aumentar os projectos de investimento entre os seus Estados-membros; eliminar as barreiras alfandegárias no espaço consedido pelo acordo; ou ainda diminuir a imigração clandestina oriunda do México em direcção aos EUA.
Outro bloco económico que se tem vindo a destacar no cenário económico internacional, é o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Constituido pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, estes países formam a cupula governativa das relações económicas e comerciais desta União Aduaneira. A Venezuela, encontra-se em situação de processo de adesão desde 2006. Também podem participar em reuniões ministeriais e de chefes de Estado do Mercosul, outros Estados Sul-americanos a titulo de Estado Associado, sem direito de voto nos processos de decisão dos orgãos institucionais do MERCOSUL. Deste conjunto de Estados Associados fazem parte Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.
A ASEAN engloba alguns países que tem vindo a ter uma posíção relevante na económica da zona do Pacifico, e com um certo peso junto de organizações internacionais como, por exemplo a OMC. É o caso da Indonésia, em que, não é por acaso que o Secretariado Permanente da ASEAN está sedeado em Jacarta, a capital deste país. Criada em 1967, visa celerar o crescimento econômico e fomentar a paz e a estabilidade regionais. Para além da Indonésia, também são membros de pleno direito: Singapura, Malasia, Tailandia, Vietnam, Brunei, Laos, Camboja, Filipinas, e Mianmar. Timor-Leste e Papua Nova-Guiné têm o estatuto de membros observadores. O Japão, as duas Coreias e a China não se encontram aleanadas do funcionamento da ASEAN, tendo estabelecido protocolos de cooperação, assim como com a União Europeia.
Criada em 1992, com o fim da Conferência para o Desenvolvimento da África Austral (Southern Africa Development Co-ordination Conference - SADCC), a SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral). Politicamente dominada por países como a África do Sul, Angola e Moçambique, esta comunidade ainda não se encontra ao nível das restantes comunidades já aqui mencionadas. As intenções politicas dos governos dos seus 14 Estados-membros, mantêm-se; mas para que se iniciei verdadeiramente um processo de criação de um verdadeiro bloco económico, são necessárias mais do que meras intenções políticas, que muitas vezes nem saiem do papel. A região da África Central (até ao sul do continente) tem recursos minerais, agricolas e naturais, que podem potencializar muito a importância económica e politica da SADC perante o resto do mundo, mas para isso é necessário uma politica de concertação económica que até agora tem falhado. Ainda persistem alguns conflitos internos e problemas sociais graves, como recentemente no caso do Zimbábue.
Do meu ponto de vista, e também com as mudanças de estratégia económica surgidas pela actual crise que o mundo industrializado vive, penso que os blocos económicos deviam ter mais peso nas Relações Internacionais, indo até ao ponto de, ao nível do Conselho de Segurança da ONU, os países membros serem substituidos por blocos permantes. Bem sei que esta proposta pode não ter muitos adeptos, mas numa mundo em que os governos estão a deixar de ter poder de decisão politica e de gestão económica e financeira dos seus Estados, as entidades supra-nacionais como a Comissão Europeia, tem uma maior capacidade de intervênção poltica e económica nas suas áreas de influência geográficas directas, com também com capacidade para influenciar outros blocos económicos e países com menor expressão politica mundial.
Talvez dentro de alguns anos, surja a expressão GR5....porque, actualmente, já existe o seu sentido politico e económico.
Thursday, December 11, 2008
A importância de se chamar Activo
A evolução leva-nos a isto….a pensar melhor e a querer melhorar o que nos rodeia. Seja na esfera pessoal, profissional ou organizacional.
A gestão das pessoas (ou a ainda designada Gestão de Recursos Humanos) têm vindo a assumir alguma especialização e, algum aumento da sua relevância e utilidade na gestão global das organizações, principalmente em organizações com fins lucrativos – as empresas. Independentemente, da dimensão de uma empresa, – e permitam-me que utilize já uma expressão quase inexistente, a Gestão de Activos Humanos – pode ser feita à medida das necessidades e objectivos da empresa. Por outras palavras, mesmo numa pequena empresa é importante:
Seleccionar bem as pessoas que vão entrar para a empresa;
Ter uma gestão administrativa sem falhas e, de acordo com a legislação em vigor;
Possibilitar a aprendizagem, e a evolução de capacidades e conhecimentos dos trabalhadores.
Mesmo para as pequenas empresas, estes três itens atrás referidos, tem que ser tidos em conta.
Obviamente que, quanto maior for a dimensão de uma organização, mais relevante se torna a Gestão dos Activos Humanos. Surgem novos factores a ter em conta e novas áreas onde se pode intervir. O crescimento das organizações leva à criação de sistemas de comunicação e de tomada de decisão partilhada. A cultura da empresa vai-se enriquecendo e especializando. A necessidade de desenvolvimento das capacidades e de aquisição/renovação de conhecimentos vai sendo cada vez maior.
A designação de Gestão de Activos Humanos não surgiu agora, algumas empresas já adoptaram esse nome para as Direcções e Departamentos responsáveis directos pela gestão e desenvolvimento das pessoas nas empresas e nas organizações em geral. Temos o exemplo a SGPS do Grupo Portugal Telecom, que tem uma Direcção de Activos Humanos….se for só o nome, não adianta de muito…mas se a prática fizer jus ao nome, então nesse caso vale a pena! Outro exemplo que temos em Portugal, mas em termos académicos é no Instituto Superior de Gestão Bancária, que promove uma Pós-graduação em Gestão de Activos Humanos. Penso que o caminho será este, passo a passo, com aceitação dos decisores económicos e empresariais de que as pessoas são mais do que um custo contabilístico, e podem ser um activo contabilístico, um activo em que vale a pena investir e do qual surte efeitos positivos, surte lucro.
Mas a realidade contabilística das empresas, ainda não colocou as pessoas e o seu valor, do lado do Activo nos exercícios contabilísticos, tais como o Balanço. Enquanto não existirem formulas, e cálculos de ordem financeira que revelem o valor demonstrado pelos trabalhadores, será difícil considerar trabalhadores como activos contabilísticos. E, quando as empresas, entram em situações de contenção e de corte nos custos, muitas vezes os trabalhadores acabam por pagar a factura, principalmente se estiverem numa situação contratual a prazo ou sem vínculo contratual.
Também já vai sendo editada alguma bibliografia que utiliza a denominação de Activos Humanos. Por exemplo, o manual "Gestão de Activos Humanos no século XXI" coordenado por José Bancaleiro e editado pelo RH Editora.
Esperemos que a realidade vá sendo cada vez melhor para a Gestão dos Activos Humanos nas empresas e nas organizações em geral.
Mesmo com 100 anos...a História não acaba aqui!
Faz 100 anos um dos nossos Maiores! Um dos nossos grandes mestres do cinema, com um percurso e uma obra que, provavelmente, muitos realizadores não vão conseguir alcançar. Sou admirador do trabalho de Manoel de Oliveira, já há mais de 17 anos.....isto tendo em conta que tenho quase a idade para ser seu bisneto....tenho 33 anos.
Os planos do Mestre são inconfundiveis, a intensidade de algumas imagens, que não captamos na primeira visão, mas numa visão continuada. Porque contuinuada tem sido a obra de Manoel de Oliveira e, a herança que nos vai deixar, é um dos grandes patrimónios culturais portugueses e também europeus. O Mestre também tem grandes admiradores, e penso que seguidores da sua arte, em alguns países europeus, como o caso de França, onde encontramos alguns realizadores cujos filmes tem alguns "traços" semelhantes ao filme do Mestre.
Quem estiver interessado pode acompanhar um conjunto de iniciativas promovidas pela Fundação de Serralves no Porto, até Março do próximo ano. Podem consultar os seguintes sitios: http://www.serralves.com/ e ainda um dosseir feito pela Madragoa Filmes - http://www.madragoafilmes.pt/manoeloliveira/
A melhor prenda que, e seguindo a opinião do Manoel de Oliveira durante os últimos dias, será realizar mais filmes até ter forças para isso.
Parabens Manoel de Oliveira e obrigado pela sua obra!
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