O poder das palavras para os escritores é um poder intimo, uma espécie de catarse dos seus sonhos e experiências.
Admiro muitos dos escritores e poetas cujas as obras eu já lí, e por eles tenho um profundo respeito. Se eu não me engano (podem-me corrigir, caso eu esteja errado), foi Arthur Schopenhauer, filosofo nascido na Prussia em 1780, que identificou a literatura como uma das essências espirituais que imortalizam os homens que escrevem e publicam os seus livros - tal como os pintores que criam os seus quadros, e os compositores que compõem as suas obras.
Todos sabemos que a Literatura tem dois grandes campos de intervenção: o real e o imaginário. E a partir desta divisão temos os géneros literários, que no campo imaginário vão desde a poesia, romance, dramaturgia, prosa, etc. É sobretudo no campo da imaginação que os escritores criam a suas obras. Se entrarmos no campo da caracterização da realidade que nos rodeia, então a criação literária já ultrapassa condição do Escritor, embora este possa falar sobre a realidade que observa e que vive. Os jornalistas, sociologos, psicologos, antropologos, físicos, filosofos; também podem utilizar a imaginação quando analisam e retratam, por escrito, a realidade que pretendem estudar, mas a imaginação não - nem deve ser - a essência do seu trabalho ciêntifico. Desta forma deixariam de existir, Objecto e Método em cada uma das suas ciências.
E os exemplos do poder dos escritores? Existem muitos ao longo da história da Humanidade. Foram muitas as obras que contribuiram para a formação de identidades nacionais e do desenvolvimento intelectual, cientifico, e cultural dos povos. Os livros são, desde sempre, vitais para a nossa condição humana. Poderiamos imaginar a nossa existência sem a produção literária?...De certeza que não! É compreensível que os livros de pendor ciêntifico, filosófico e técnico contribuam com maior eficácia e mais rapidamente para a mudança de mentalidades e para a evolução da Humanidade, mas se tivermos o cuidado de conhecer o percurso da literatura de ficção e das posições, provocações, e contributos dos escritores desde o início dos tempos, de certeza que podemos admitir que Camões deu um contributo valioso, para a formação da identidade cultural e nacional portuguesa através da sua obra "Os Lusiadas"; que Jonh Steinbek caracterizou muito bem a América rural e sulista da primeira metade do secúlo XX, no seu livro "As Vinhas da Ira"; a epopeia de D. Quixote retractada por Miguel de Cervantes, faz parte da espinha dorsal da cultura espanhola; "Guerra e Paz" de Leon Tosltoi é uma obra maior da literatura europeia do secúlo XIX; a Oriente também existem vários exemplos do poder da escrita, como o caso do "Livro do Poder" de Lao Tzu, que, nos últimos 2000 anos, tem quase tantas traduções como a Biblia; esta última referencia, que mais do que literária é sobretudo religiosa e espiritual, e sagrada para os Católicos e Cristãos; e talvés, num nível de importância idêntico á Biblia, é a obra "O Capital" de Karl Marx para os Comunistas. São inumeras as referencias literárias que podemos abordar e que fizeram das consicencias humanas o que elas são hoje, com os seus extremos e as suas contemplações.