Sunday, March 25, 2007

O valor das palavras - a escrita vivida

Existe um sentimento que é comun a todos escritores - a necessidade de escrever. Um vicio, nas palavras de muitos deles, principalmente dos poetas.

O poder das palavras para os escritores é um poder intimo, uma espécie de catarse dos seus sonhos e experiências.


Admiro muitos dos escritores e poetas cujas as obras eu já lí, e por eles tenho um profundo respeito. Se eu não me engano (podem-me corrigir, caso eu esteja errado), foi Arthur Schopenhauer, filosofo nascido na Prussia em 1780, que identificou a literatura como uma das essências espirituais que imortalizam os homens que escrevem e publicam os seus livros - tal como os pintores que criam os seus quadros, e os compositores que compõem as suas obras.



Todos sabemos que a Literatura tem dois grandes campos de intervenção: o real e o imaginário. E a partir desta divisão temos os géneros literários, que no campo imaginário vão desde a poesia, romance, dramaturgia, prosa, etc. É sobretudo no campo da imaginação que os escritores criam a suas obras. Se entrarmos no campo da caracterização da realidade que nos rodeia, então a criação literária já ultrapassa condição do Escritor, embora este possa falar sobre a realidade que observa e que vive. Os jornalistas, sociologos, psicologos, antropologos, físicos, filosofos; também podem utilizar a imaginação quando analisam e retratam, por escrito, a realidade que pretendem estudar, mas a imaginação não - nem deve ser - a essência do seu trabalho ciêntifico. Desta forma deixariam de existir, Objecto e Método em cada uma das suas ciências.



E os exemplos do poder dos escritores? Existem muitos ao longo da história da Humanidade. Foram muitas as obras que contribuiram para a formação de identidades nacionais e do desenvolvimento intelectual, cientifico, e cultural dos povos. Os livros são, desde sempre, vitais para a nossa condição humana. Poderiamos imaginar a nossa existência sem a produção literária?...De certeza que não! É compreensível que os livros de pendor ciêntifico, filosófico e técnico contribuam com maior eficácia e mais rapidamente para a mudança de mentalidades e para a evolução da Humanidade, mas se tivermos o cuidado de conhecer o percurso da literatura de ficção e das posições, provocações, e contributos dos escritores desde o início dos tempos, de certeza que podemos admitir que Camões deu um contributo valioso, para a formação da identidade cultural e nacional portuguesa através da sua obra "Os Lusiadas"; que Jonh Steinbek caracterizou muito bem a América rural e sulista da primeira metade do secúlo XX, no seu livro "As Vinhas da Ira"; a epopeia de D. Quixote retractada por Miguel de Cervantes, faz parte da espinha dorsal da cultura espanhola; "Guerra e Paz" de Leon Tosltoi é uma obra maior da literatura europeia do secúlo XIX; a Oriente também existem vários exemplos do poder da escrita, como o caso do "Livro do Poder" de Lao Tzu, que, nos últimos 2000 anos, tem quase tantas traduções como a Biblia; esta última referencia, que mais do que literária é sobretudo religiosa e espiritual, e sagrada para os Católicos e Cristãos; e talvés, num nível de importância idêntico á Biblia, é a obra "O Capital" de Karl Marx para os Comunistas. São inumeras as referencias literárias que podemos abordar e que fizeram das consicencias humanas o que elas são hoje, com os seus extremos e as suas contemplações.





Saturday, March 24, 2007

O valor das palavras - advogar os outros

Advogar é a palavra que define a função do Advogado; ou seja, na sua essencia advogar é ajudar alguêm, que no caso dos advogados significa defender os direitos e interesses de alguêm que estão a representar perante um orgão judicial, como, por exemplo, os tribunais. Não nos esqueça-mos, que ao defender outrem o Advogado, está a contrapor a opinião ou posição de outro Advogado que, por sua, vez está a defender outra pessoa (ou conjunto de pessoas).

E onde entra o poder da palavra para um Advogado....?




A comunicação para qualquer profissional da área jurídica é fundamental para o seu trabalho. Seja através da doutrina (estudo, investigação e criação de fundamentações juridicas), seja através da jurisprudência (intervenção de entidades e organismos judiciais), um Advogado utiliza a palavra como principal instrumento de intervenção. Sem a sua intervenção oral na defesa do seu cliente, o tribunal, na figura de um juíz, de um colectivo de juízes, ou de jurados, só poderá, eventualmente, possuír elementos escritos da parte do Advogado, e tentar dessa forma tomar uma decisão com base na Lei. Já imaginaram algum Advogado sem capacidade oratória...? Eu não conheço nenhum que tenha bloqueios na fala ou seja incapaz de intervir em público, num tribunal ou noutro local. Quanto muito poderemos ter advogados gagos.....!


Todo o Direito é feito de palavra, que na sua forma escrita, ganha um verdadeiro poder quando é utilizado oralmente. Todos os institutos legais foram criados e construídos através da palavra, desde o ínicio dos tempos. Qualquer sentença é proferida de palavras, cujo o peso pode ser mais ou menos sentido. A essencia dos discursos e das intervenções dos advogados é feita de palavras, e necessáriamente, da capacidade que as suas palavras tem de decidir o rumo que desejam levar. Os advogados, principalmente, os mais experientes sabem utilizar as palavras (inscritas na Lei) em seu beneficio e em beneficio dos clientes que representam. É comum ouvir-mos dizer, que existem sempre volta a dar em qualquer lei. Mas para um Advogado dar a volta à lei, terá que utilizar as palavras de forma eficaz, transformando a realidade, trasnfigurando um processo, de forma a ganhar a causa.

Saturday, March 10, 2007

O valor das palavras - os jornalistas vistos de forma inocente

Comunicar e falar devem ser elementos vitais para qualquer jornalista....penso eu! Estes profissionias são um dos grupos que melhor utiliza as palavras, para o bem e para o mal, a pedido de "desconhecido(s)" ou de forma independente. Não devemos menosprezar o poder de informar. Os jornalistas podem derrubar governos, aniquilar o poder financeiro e judicial; mas também podem elevar um estado máximo de satisfação qualquer pessoa, qualquer leitor, ouvinte ou espectador do texto publicado.
Todos nós conhecemos os meios de comunicação e de informação que auxiliam os jornalistas a realizar o seu trabalho. Sentimo-nos mais atraídos por uma forma ou por outra, desde o tradicional jornal diário até ao acesso à Internet através de PC ou de telemóvel. Cada vez mais somos "envadidos" por noticias em tempo real, somos verdadeiros observadores da realidade em qualquer ponto do planeta (e de outros planetas...num futuro breve...).
Respeito qualquer profissão, e o Jornalismo não foge à regra. São estes profissionais que nos mantêm informados e esclarecidos. Mas, por vezes, devemos ler ou ouvir entre as entre-linhas, e apreciar o textos e as palavras que nos são transmitidas. Refiro-me ao cuidado que devemos ter com o Jornalismo Terrorista, com o jornalistas que abdicam da independência técnica, intelectual e política para se tornam em mensageiros de causas secretas. Existe uma carta deontológica para esta profissão, mas por vezes os seus mandamentos não são respeitados.
Não obstante o mau jornalismo, gosto de ligar a rádio às 7 ou 8 da manhã e ouvir as noticias na Antenna 1 ou na TSF, e acompanhar a realidade com as palavras dos outros. Ler o Expresso no Sábado de manhã e de tarde (de forma faseada), como se fosse um ritual, que já dura à mais de 8 anos. Há quem diga que ler jornais á aprender mais e, concordo, com as devidas reservas, porque ao Jornalista cabe a realidade actual pelos factos ocorridos, apenas e só!


Acredito nas palavras reflectidas, sensatas, baseadas na verdadeira realidade. Aprecio o jornalismo de investigação, nomeadamente quando pretende desmascar injustiças e fraudes que prejudicam toda a sociedade.
O ridiculo também atinge, por vezes, os jornalistas. E alguns até parece que não se importam em fazer figuras menos próprias e pouco dignas. Isso é mais visivel no jornalismo televisivo, talvés fruto da pressão de entrevista ou de reportagem em direito, e sem filtragem editorial. Por vezes, compreendo a equidistância que as figuras públicas (políticos, artistas, desportístas, etc.,) preferem ter para com os jornalistas. Ninguem gosta de ter a sua vida vasculhada, mesmo que alguns textos jornalistas não reflictam a verdade sobre essas pessoas.
Em Portugal, tem existido algum abuso em determinados processos judiciais. A tendência para assumir o papel de juíz, é sentida por alguns jornalistas, e publicam noticias, reportagens e opiniões moralistas e intelectualmente desonestas.
Verdade seja dita, também nunca vi, em 32 anos de vida, nenhum jornalista a assumir o papel de Diabo, e a devastar deliberadamente a vida das pessoas....ou será que estou enganado....? Continuo a acreditar que não....!

Saturday, March 3, 2007

O valor da palavra

Durante os próximos textos irei falar sobre actividades e profissões em que a comunicação é essencial. Falarei de forma contida e consciente de que, me expresso apenas como cidadão e respeitando as várias profissões que pretendo abordar.
A comunicação, nas suas formas oral e escrita é vital para milhões de profissionais, tais como Actores, Escritores, Jornalistas, Advogados, Professores, etc.,. Cada uma destas profissões tem aspectos mais positivos e outros menos posítivos, tem percursos de aprendizagem e crescimento diferentes, e são exercidas tendo em conta as suas expecifidades.

Memórias de um estação de televisão


Vou-vos falar um pouco sobre algo, que a à maioria dos portugueses diz alguma coisa e trás boas memórias. Ante de referir o assunto prórpriamente dito, quero apenas dizer que é uma opinão pessoal e sem a experiência e vivência de milhares de pessoas. Gostaria de falar um pouco sobre as minhas memórias - e a palavra memória tem para mim um sentido mais doçe do que amargo - de uma estação de televisão: Radio Televisão Portuguesa, a RTP.

Falar sobre televisão, e sublinho de forma amadora, é também falar sobre o Homem, sobre a evolução da humanidade, e sobre o papel que a comunicação audiovisual pode ter na mudança do Mundo em que vivemos.
Nasci em 1975, ano que as emissões da RTP ainda eram a preto e branco, tenho 32 anos e a RTP existe à 50 anos. Tive a oportunidade de ver muitos milhares de acontecimentos nos Telejornais e Jornais da Tarde da RTP, nos canais 1 e 2 desta estação de televisão. Foram e são tantas as personagens, jornalistas, apresentadores, musicos, actores que encheram todos os dias os ecrãns da RTP que fazem parte das minhas memórias. Quando falo sobre séries como "Duarte e Companhia", "Dallas", "The Three Dukes", "O Barco do Amor", "Dempsey and Maykepeace", "Fama", "O Polvo", "Lá em casa está tudo bem", "Familie Ties", "Uma casa na pradaria", "Alf"; que apesar de a maioria ser estrangeira, tornavam-me fiel a estação e ganhava horas e horas de boa disposição e de emoções.
Lembro-me de muitos concursos, como o "1, 2, 3" com o Carlos Cruz, "A Roda da Sorte" do Herman José, e outros concursos apresentados pelo Fialho Gouveia, pelo Júlio Isidro, pelo António Sala e também pelo Nicolau Breyner, entre outros.
A RTP também nos trouxe um fenómeno brasileiro que surgiu na década de 1970. A primeira telenovela, surgiu em Portugal logo após o 25 de Abril de 1974 - "Gabriela" - baseada num romance Jorge Amado. A partir de então, este tipo de programa de ficção, passou a fazer parte da cultura popular portuguesa, e a provocar - actualmente já não é tanto assim - verdadeiras dedicações a cada episódio de telenovelas brasileiras e portuguesas que a RTP transmitiu, entre as quais "Roque Santeiro", "Vila Faia", "Chuva na Areia", "Vereda Tropical", "O Pantanal", "Palavras Cruzadas", "Gabriela", "O Astro", "Dona Branca", "A escrava Isaura"; etc.,.

Muito jornalistas tem passado pela RTP para nos falarem do estado do Mundo. Transmitem boas e más noticias, como qualquer jornalista. Realizaram e realizam entrevistas, que tem ficado na historia do nosso país. Lembro-me de acontecimentos como as entrada cerimónia da adesão de Portugal e Espanha para a CEE; da queda do Muro de Berlim, da invasão do Koweit, da guerra Irão-Iraque, da morte de Issac Rabim, da morte de Sá Carneiro, da Princesa Diana, os vários mundiais de Futebol e dos Jogos Olimpicos, das vitórias de atletas como Rosa Mota e Carlos Lopes, de várias campanhas eleitorais desde os primeiros anos da década de 80....enfim, já levo mais de 30 anos a "ver" a História do Mundo na RTP.

Muitas pessoas vão, certamente, homenagear a RTP pelos seus 50 anos de existência. Mas fica aqui também o meu contributo para essa homenagem a uma estação que tem construido um parte das minhas memórias e da minha consciência. Haja muito futuro para a RTP!