Monday, June 21, 2010

Da morte de alguns...

Nós portugueses, temos caracteristicas únicas, e perdoem-me, se em relação àqueles que vos vou falar, estarei enganado....mas pelo que vi, ouvi e li, talvez as minhas dúvidas sejam minimas.

Perante a morte, sim o fím físico de alguém, seja ou não alguém que tenha marcado os dias de um país, de uma cultura, ou de uma sociedade, os vivos agem personalisticamente, com ou sem drama, com ou sem crença no sucedido, negando ou aceitando. Neste texto que escrevo não vale a pena personalizar, falar especificamente da morte de A de B. No entanto, vou-me remeter à relação do povo português com a morte de figuras públicas com grande impacto nacional, e alguns a nível internacional.

O Português, no se colectivo, tem manifestações tipicamente latinas e judaico-cristãs, perante o desaparecimento físico de uma personalidade nacional que se tenha destacado em vida, e cujo o legado irá perdurar após a sua morte. Perdoa-me Povo, mas acho que choras demais por vezes...! Choras, por vezes, mais como manifestação biológica, do que como manifestação emocional, que será porventura, mais fiel e sincera. Tens, por vezes, um estado de alma teatral, no entanto sem malicia. Mesmo que não tenhas conhcido o morto, não tenhas ouvido uma música dele, lido um livrop seu, trocado palavras ou até olhares com ele ou ela.......assumes a dôr e o pranto, que, na sua essencia, deveria ser de uns poucos, porque os mortos em vida amam apenas alguns, alguns seres, que o fizeram, que tornam o seu trabalho em marcos históricos, culturais ou políticos, e que com ele viveram a sua vida íntima.

Lembras-te de Amália, de José Afonso, de Sá Carneiro, de Raul Solnado, de Joaquim Agostinho.....e o mais recente....José Saramago?

Aos olhos de um antropologo, o desaparecimento de uma figura das que citei, pode fortalecer a sua imagem, a sua herança cultural, porque fica o mito, fica a memória na colectividade de uma nação. Aos olhos de um psicologo, é possível ocorrerem reacções em cadeia, reacções emocionais e de choro colectivo, e dirá que "comportamento gera comportamento", ou seja, a atrás da lágrima de um homem, vem a lágrima de outro homem. E diante dos nossos olhos, ficam os registos de quem viu, leu e ouviu.

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