Monday, November 23, 2009

Um pouco sobre Portugal no Mundo


Pela sua história, centralidade geográfica e relações cordiais com a generalidade dos países, Portugal pode fortalecer ainda mais a sua posição no mundo, se potenciar ainda mais duas vertentes da sua posição: a vertente económica e a vertente cultural.


Economicamente temos as nossas limitações, não vale a pena esconder isso. Não temos os mesmos recursos geológicos e naturais, que tem um país como a Angola ou o Brasil, não temos a mesma capacidade tecnológico que tem os Estados Unidos da América (EUA), não temos a mesma quantidade de mão-de-obra que tem a China. Mas temos focus de dinamização empresarial e tecnológica que podemos, cada vez mais, apoiar e incentivar a exportar e a ganhar posições de destaque nos mercados internacionais. Quando o nosso mercado de consumo interno é limitado e, principalmente com a actual conjuntura económica, se encontra com uma diminuição do poder de compra, comparando com anos anteriores, como por exemplo, a primeira metade da década de 90 do secúlo XX, uma solução viável é exportar produtos e serviços para mercados regionais que não tenham sido tão afectados com os efeitos da crise financeira mundial provocada, em parte, pela falência de instituições bancárias e financeiras nos EUA. A China pode ser uma solução, nesse sentido.


Os portugueses já deram provas, ao longo da sua história, que tem apetência para "entrar pelo mar dentro e lançar ancoras no desconhecido". Talvez não seja uma característica comum a todos os portugueses, mas a capacidade de arriscar e de apostar noutros mercados e noutras economias, faz parte da génese de alguns dos nossos empresários, empreendedores e gestores. Para tal, muitas vezes, não é tão premente e necessário, mas talvez uma eficiente estrutura diplomática seja o mais adequado para fazer a ponte entre os nossos empresários e os países destinatários do investimento português.


Ter parceiros de língua oficial portuguesa, como por exemplo Cabo Verde, com a mesma moeda que existe no espaço da UE, pode ser uma mais valia para fortalecer laços comerciais e económicos. A Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, ganhariam maior estabilidade e capacidade cambial, com consequentes benefícios económicos, se entrassem no SME, nos mesmos termos em que se encontra Cabo-Verde. Esta solução poderá beneficiar, ainda que não directamente, a posição de Portugal na UE e no Mundo. As economias funcionam cada vez mais, em termos relacionais e e sistémicos, com a contribuição de laços de solidariedade institucional, que temos observados em alguns espaços económicos regionais como a UE e o Mercosul.


Na dimensão cultural, Portugal pode ter a sua posição internacional fortalecida se:


1º) vir a sua lingua cada vez mais falada em universidades, nas relações comerciais, em eventos e feiras empresariais, em revistas cientificas, em foruns políticos internacionais, em organismos de decisão politica e económica internacional (por exemplo, no sistema da ONU);


2º) sempre que participar na recuperação de algum património arquitectónico, documental, eclesiástico, que tenha ligações históricas a Portugal (por exemplo, na Índia);


3º) apoiar a participação de artistas portugueses em eventos internacionais;


4º) apoiar a edição de artigos, trabalhos de investigação e de obras de ficção e não ficção de autores portugueses, que desejem ter uma projecção internacional;


5º) fazer pressão para a lingua portuguesa seja aceite como lingua de trabalho na Assembleia e no Conselho de Segurança da ONU;


6º) Criar uma cultura de exportação da lingua e do ensino, como já fazem à muitos anos, países como o Reino Unido, a França e a Alemanha.


O Prof. Ernani Lopes defende há vários anos um cenário de movimentação estratégica para Portugal, que assenta numa relação triangular entre Portugal, Angola e Brasil, numa óptica dinâmica e aberta ao nível económico. Essa relação ainda faz sentido, e fará sentido no futuro, sem nos colocarmos de costas, como é óbvio, para Espanha e para a UE, nem perdendo de vista a América do Norte, com mercados tradicionais como o do Canadá e dos EUA.

Friday, November 20, 2009

A fama e a imagem não é tudo em politica


Uma breve nota para uma noticia importante para a UE e para a Europa. Foram nomeados duas individualidades de suposto menor relevo politico: o primeiro ministro da Bélgica Herman Van Rompuy, e Catherine Ashton, a britânica com o comissariado da Politica Comercial da UE. O ainda primeiro-ministro da Bélgica, será o Presidente permanente do Conselho Europeu, e a Baronesa Catherine Aston será a Alta Representante para as Relações Externas da UE. Foram escolhidos pelas suas competências, e não tanto pelo seu peso politico ou estatuto internacional. Eventualmente sinais de um novo mundo politico......! Que seja....penso que foram escolhas adequadas!

20 anos de Convenção







Três contrastes para começar esta reflexão, três imagens diferentes, e três tipos de vivencia diferentes...! Duas crianças que brincam, outras duas crianças realizam trabalhos forçados (e provavelmente forçadamente...), e uma criança que carrega consigo uma AK47...! Como dizem os ingleses "This is our world".




Tuesday, November 3, 2009

Um Passado que fica na História



Lembrar o passado...mexer nas coisas que já lá vão....E vão mesmo...? O fim das inumeras estórias da Guerra do Ultramar (1961-1974) tornaram-se "peças de azulejo de um grande mural" que é História do nosso país, História dos portugueses.
Faço parte de uma geração que já ouviu muitas estórias de antigos combatentes, de pessoas que nasceram e viveram em África (principalmente em Angola, Moçambique, e na Guiné-Bissau), e de pessoas que ainda vivem em África. Acredito no significado e na relevância das estórias para a fundamentação cientifica, cultural e metodológica da História de um povo, de uma nação, e da própria Humanidade. E uma guerra tem muitas estórias...uma guerra como a do Ultramar...tem muitas estórias já contadas, outras por contar, e outras que ficam por contar, porque já existem ninguem no mundo dos vivos que fale sobre elas.
Assumo neste texto muitas dúvidas e muita ingnorância sobre este assunto. Assumo a minha curiosidade em saber mais sobre ele, em gostar de ouvir mais estórias, em ver respondidas algumas questões, em ver respeitados os antigos combatentes, as suas memórias. Assumo a minha vontade, em ver respeitados as vontades dos povos que lutaram pelas suas autonomias, face a um Portugal, em que na altura as suas elites do poder politico e económico viviam uma cegueira ideológica e uma ultrapassada ideia de Pátria além-mar.
Os tempos de hoje são livres, são tempos sociais e politicos diferentes, em relação ao que eram à mais de 40 anos atrás. Hoje não faz sentido uma governação politica e cultural de subjugação de uns povos em relação a outros.