Wednesday, June 27, 2007

Mudança no reino de Sua Majestade


Hoje, dia 27 de Junho de 2007, tal como o agora ex-Primeiro-Ministro Inglês, Tony Blair, anunciou à alguns dias, apresentou a sua demissão à Rainha Isabel II. Foram 10 anos a liderar o governo do Reino Unido, em que tentou fazer a ponte com a Europa e com a UE. Era este ponto que gostaria de destacar.
Desde que foi eleito, e mesmo quando era lider da oposição através do partido New Labour, Blair, sempre manteve uma distância do tradicional pensamento conservador inglês, de "ver para crer" em relação à construção europeia e ao processo de integração economica e politica da UE. O seu nome chegou a ser falado para, um dia, presidir à Comissão Europeia, ou ter um cargo politico de relevo na UE. Tony Blair atravessou, em 2005, um semestre como Presidente do Concelho da UE, presidência essa como sabem é rotativa de 6 em 6 meses por todos os Estados-membros. Blair tinha uma atitude politica com a Europa diferente da antiga Primeira-Ministra Margaret Thatcher. Europeista "quase convicto" Blair quis convocar um referendo na Grã-Bretanha sobre o Tratado Constitucional Europeu. No seu Governo teve ministros contra e ministros a favor, o seu executivo, o seu partido e o seu país encontravam-se (e ainda se encontram) divididos quanto à participação do Reino Unido no sistema politico e económico da UE. Uma grande barreira com que teve que lidar, e à qual teve que ceder, foi a recusa da entrada do Reino Unido no sistema monetário europeu - o Euro. A moeda única europeia é uma especie de bicho papão para muitos britanicos, que tem receio de perder a sua independência politica e económica, e de ficarem muito dependendes das decisões que se tomam em Bruxelas e Estrasburgo. De alguma forma, Blair sempre se manteve fiel aquilo em que acredita, ao futuro da UE, apesar das pressões de parte do seu partido e também do Partido Conservador inglês.
Julgo que a sua vertente de dialogo, de relacionamento diplomático, e a sua capacidade de comunicação e de empatia; foram trunfos seus que lhe permitiram conseguir três vitórias eleitorais para assumir a chefia do governo britânico. Outra causa, de duas das suas eleições, foi a Terceira Via, uma especie de New Deal implementado por Franklin Roosevelt no Estados Unidos durante os anos 30 (secúlo XX). Alguns analistas questionam-se sobre a durabilidade da Terceira Via com o novo Primeiro-Ministro, Gordon Brown.

Sunday, June 24, 2007

Europa Über Alles


Independentemente de Portugal vir a assumir novamente, a presidência da União Europeia (UE), gostaria de deixar uma breve reflexão sobre o "estado da União". Claro, dentro da minha humilde e comum opinião.
Como todos sabemos, no essencial, quais são os fundamentos politicos e ideológicos da Comunidade Europeia, integrados no Tratado de Roma, que tem vindo a dar uma sustenção pacifica e democrática às relações entre os Estados-membros da actual UE.

Saturday, June 2, 2007

Estar no Estado

Aparentemente, este título pode gerar confusão e falta de algum sentido. Refiro-me ao Estado-nação, a ser elemento do Estado, a ser Estado, (será que existe a expressão Homem-Estado....?).
Quando a expressão "Estar no Estado" surgiu no meu pensamento, eu pretendia reflectir sobre o que podemos fazer enquanto cidadões, pretendia reflectir sobre o que podemos fazer, o que podemos mudar e transformar nas nossas sociedades e comunidades às quais estamos ligados. Não imagino a importância do Estado-nação sem o peso das localidades, das comunidades, das etnias e grupos sociais que o constituem.

O que é para mim, então, estar no Estado? Respondo de forma pragmática e directa:
- Cumprir com a lei em vigor;
- Contribuir com o meu votos nos actos eleitorais local, nacional e europeu;
- Cumprir com as minhas obrigações fiscais;
- Respeitar os símbolos e desígnios nacionais (bandeira nacional, participação em missões e
organizações internacionais, etc);
- Respeitar as instituições governamentais, juridicas, judiciais e militares;
- Não destruir nem prejudicar a propriedade publica e estatal, nas suas várias dimensões
(ambiental, artistica, arquitectónica);
- Conhecer o país, as suas gentes, a sua cultura, os seus costumes e tradições (ainda que de
forma genérica e gradual).

Como também tenho direito aos meus momentos de sinceridade, apetece-me colocar uma questão: Será que toda a gente cumpre com os requisitos que referi anteriormente?

O Estado-nação é mais que um conceito, é uma representação juridica, politica e filosófica que ímpera nas democracias ocidentais, principalmente na Europa. Portugal não foge à regra, e isso pode ser lido na Constituição da República. Mas será que todos os cidadãos, portugueses ou de outra nacionalidade, sente-se parte de um Estado-nação? Será que entendem minimamente a sua essência, o porquê de existir em termos politicos e filosóficos? Infelizmente, esta percepção de Estado-nação não está assumida por todos, principalmente quando eu me refiro a alguns dos requisitos anteriores ou até ao seu conjunto.